O governador Rui Costa (PT) afirmou que são os deputados federais aliados do PT, Cacá Leão (PP) e João Carlos Bacelar (PR), dois dos três parlamentares baianos com assento no Conselho de Ética que votaram em desfavor da continuidade do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), que têm que explicar o por quê ir contra a articulação do governo petista, que tenta derrubar o peemedebista do comando da Casa.
“Não sou eu que tenho que dar declarações [sobre a ação pró-Cunha]. Quem tem que dar declarações aos baianos são eles. Eu, se estivesse lá, votaria a favor da admissibilidade do processo. Cabe a cada um deles dizer qual foi a motivação”, disse o líder baiano, na manhã desta quarta-feira (16), durante entrega de ambulâncias na Sesab, no CAB. Questionado se estaria interessado em saber de Cacá Leão, filho do vice-governador e Secretário de Planejamento, João Leão (PP), por exemplo, Rui foi taxativo: “Posso até perguntar, mas não vou dizer ao Bocão qual foi a resposta”, brincou.
O Conselho de Ética aprovou nesta segunda-feira (15) por 11 votos a 9 o parecer pela continuidade do processo contra Cunha. Dos quatro deputados baianos que integram o Conselho com direito a voto – o presidente José Carlos Araújo (PSD) não vota – três votaram contra a admissibilidade do processo contra o peemedebista. Além de Cacá Leão e Jonga Bacelar, Erivelton Santana (PSC) também tentou salvar a pele de Cunha. O deputado federal Paulo Azi (DEM) foi o único parlamentar baiano que votou pela continuação do processo que pode cassar o presidente da Câmara.
“É uma vergonha para o Brasil ser governado por alguém que, comprovadamente, já foi descoberto com conta no exterior, que fraudou a Receita Federal e confirmado que mentiu na CPI. E como é que essa pessoa pode ainda ficar na presidência da Câmara dos Deputados? É uma tristeza e vergonha para o país. Ele deveria se afastar para poder se defender e para dar condições para que o país possa andar”, defendeu o governador.
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