O Ministério Público de São Paulo investiga se a empreiteira OAS buscou favorecer o expresidente Lula ao reservar para a família dele um apartamento triplex no Guarujá (litoral de SP) e pagar por uma reforma estrutural no imóvel no valor de R$ 700 mil. A Promotoria colheu depoimentos de engenheiros e funcionários do condomínio que apontam que apenas familiares de Lula estiveram no triplex durante as fases de construção e reforma do imóvel e que as visitas envolveram medidas para esconder a presença do ex-presidente e parentes no condomínio. A família do expresidente desistiu de ficar com o triplex depois da publicação de reportagens sobre o imóvel. Uma das visitas teria ocorrido em 2014 com o então presidente da OAS José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, que chegou a ser preso na Lava Jato, acusado de corrupção na Petrobras.
O zelador do prédio disse que um funcionário da OAS orientouo a não falar da ligação de familiares do expresidente com o imóvel. Os promotores investigam a transferência de empreendimentos da cooperativa habitacional Bancoop, entre eles o triplex do Guarujá, para a OAS em 2009. Apuram também se a construtora usou apartamentos do prédio, na praia de Astúrias, para lavar dinheiro ou beneficiar pessoas indevidamente. Um dos testemunhos foi o do engenheiro e exfuncionário da OAS Wellington Aparecido Carneiro da Silva, que trabalhou na fase final de construção do triplex. Ele contou que o imóvel era destinado a Lula, que chegou a fazer uma "vistoria padrão" no imóvel, concluído no fim de 2013.
A OAS negou irregularidades no empreendimento.
Fonte: Folha de S. Paulo.