Política

Mais de 80 mil empregos foram perdidos na Bahia em 2015 por atraso do PDDU

Publicado em 12/01/2016, às 15h14   Marivaldo Filho (Twitter: @marivaldofilho)



A Bahia perdeu mais de 80 mil empregos formais em 2015, de acordo com dados da pesquisa realizada pelo Programa Radar Imobiliário, da Rádio Transamérica FM.  Além da crise econômica no país, a insegurança jurídica gerada pelo atraso da aprovação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) em Salvador tem sido considerada por especialistas como um “fator determinante” para as perdas nos postos de trabalho.
O especialista em mercado imobiliário, Manoel Gomes, avalia que Salvador vive um momento empresarial contrário às leis econômicas, onde existe uma grande demanda e a oferta diminui a cada ano. "A cidade saiu de um volume de 9.544 unidades lançadas em 2010 para menos de 1.000 em 2015. A crise econômica não é a responsável pelo desaquecimento do mercado imobiliário, já que a desaceleração nos lançamentos acontece quase que exclusivamente em Salvador e o principal fator é a insegurança jurídica caracterizada pela falta de um PDDU consistente e um processo de aprovação muito lento", explicou o especialista.
“Isso também se deve a falta de confiança dos empresários em empreender, gerar empregos e movimentar a economia da cidade. Enquanto o PDDU não for aprovado, o mercado vai continuar contrariando a economia, deixando de gerar emprego e renda, apesar da demanda existente", concluiu Gomes. 
O prefeito ACM Neto Neto entregou o projeto do PDDU à Câmara em novembro de 2015, após a judicialização do projeto aprovado pelo Legislativo em 2008. Já a Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo (Louos) deve ser apresentada pelo gestor municipal logo após o reinício dos trabalhos na Casa, no início de fevereiro. 
A primeira audiência na Câmara para discutir o plano foi realizada no final de dezembro. Os debates retornam em fevereiro. A expectativa de que o PDDU seja aprovado antes das eleições municipais.
Dados da pesquisa 
Apesar das perspectivas pessimistas, de acordo com o levantamento, 5,42% dos soteropolitanos pretendem comprar imóvel no ano de 2016, o que representa 61.873 pessoas em busca da casa própria. Levando em consideração somente a população economicamente ativa, foram entrevistadas 3.120 pessoas em 28 bairros em Salvador e os locais mais procurados são: Brotas, Itapuã, Cajazeiras,  Imbuí, Cabula, São Rafael, Piatã, Ribeira e a cidade de Lauro de Freitas.
No perfil dos compradores as mulheres representam 57% dos interessados na compra de imóvel. Aspectos como morar numa melhor localização, área de lazer, sair do aluguel e crescimento da família são os principais motivadores na hora de fechar negócio. Já no quesito item de lazer essencial, 43% dos homens declaram que avaliam se o local tem churrasqueira, enquanto 23% das mulheres preferem a piscina.

Classificação Indicativa: Livre

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