Política

Alteração em edital beneficiou filho do presidente do TCU em obra, diz jornal

Publicado em 13/01/2016, às 06h14   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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A alteração de um item no edital de licitação para operação do teleférico do Complexo do Alemão, no Rio, permitiu que uma empresa do advogado Tiago Cedraz, filho do presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Aroldo Cedraz, participasse da licitação do governo estadual, de acordo com informações publicadas pelo jornal Folha.
Segundo a publicação, o primeiro documento com as regras da disputa, de março, exigia que as concorrentes comprovassem experiência de um ano na operação de sistemas semelhantes. A versão alterada passou a exigir apenas experiência anterior com teleféricos. A Secretaria de Transportes afirmou que alterou o edital para cumprir determinações do TCE (Tribunal de Contas do Estado).
A reportagem revela que o processo licitatório começou quando a empresa Providência Teleféricos, de Tiago Cedraz, sequer existia. Ela foi criada em abril e começou a operar em junho sistema semelhante em favela do centro da cidade.
De acordo com o jornal, após sucessivos adiamentos, a última retificação ao edital ocorreu em setembro, quando a Providência Teleféricos já operava havia três meses o sistema da comunidade de mesmo nome. Ela foi subcontratada, sem licitação, pela concessionária Porto Novo, formada por Odebrecht, Carioca e OAS, todas sob investigação na Operação Lava Jato.
O advogado passou a ser alvo de um inquérito da Polícia Federal após ter seu nome citado pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, em seu acordo de delação premiada. Ele disse ter pagado R$ 50 mil mensais ao advogado para receber informações do TCU.

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