Política

Proposta quer restringir obrigatoriedade de vistorias de veículos

Publicado em 16/01/2016, às 17h42   Agência Câmara



O 27º Encontro Internacional de Capoeira Angola, realizado entre terça-feira (19) e o próximo sábado (23), em Salvador, com o apoio do Governo do Estado.
O evento reúne outros mestres e alunos do homem que, além do Brasil, possui escolas na Bélgica, Suíça, Japão, Senegal, França, México, Equador, Martinica e Iraque. Mestre Curió também já perdeu a conta das cidades para onde viajou divulgando o trabalho da capoeira tradicional, que chegou ao território brasileiro por meio de escravos africanos.
O tema do encontro deste ano é ‘Andanças de um angoleiro pelo mundo’, em que ele vai contar parte da trajetória entre capitão de areia, vendedor de mingau, chefe de cozinha, boxeador, jogador de futebol e guia de cego, até se encontrar como mestre de Capoeira Angola.
Curió, apelido herdado do avô, nunca esqueceu suas origens, lição que gosta de passar aos alunos. “A Capoeira Angola é uma coisa do negro, uma parte importante da nossa história, é a herança dos nossos antepassados, é uma filosofia de vida e é única no mundo inteiro. Por isso que reunir essas pessoas no encontro é uma forma de intercâmbio de cultura, de língua, de arte, de educação e de malícia”, explica o mestre.
Trabalho social
Para Curió, a capoeira pode mudar a vida das pessoas - como mudou a dele - e essa é uma das suas grandes missões. “Eu acho que minha função é tentar passar um pouco do que eu aprendi a crianças e jovens menos favorecidos e quero incentivar as pessoas a fazerem o mesmo”.
Adenilson Lima, 35, tem uma trajetória parecida com a do mestre. Aos oito anos, era morador de rua, quando foi descoberto e acolhido por Curió, que começou a ensiná-lo a jogar a arte de Angola. Conhecido como João Grandão nas rodas de capoeira, ele se emociona ao falar sobre o significado desses ensinamentos.
aUm projeto de lei (PL1499/14) em avaliação na Câmara dos Deputados quer modificar o Código Brasileiro de Trânsito (Lei 9503/97) para acabar com as vistorias frequentes em carros, motos e caminhões, limitando esse tipo de inspeção só para a liberação de veículos apreendidos ou quando for feita alguma mudança nas características originais.
Na prática, isso representa o fim da inspeção feita pelo Departamento de Trânsito quando o veículo é vendido ou quando o dono muda de local de residência. Também acabaria com iniciativas como a do estado do Rio de Janeiro, que anualmente faz essa checagem nos veículos, junto com o licenciamento.
O autor da proposta, deputado Aureo (SD-RJ), foi motivado pelo caso do Rio de Janeiro para restringir as vistorias. "O Rio de Janeiro é um absurdo. Você tem que se deslocar da sua residência, agendar num posto de vistoria, levar o veículo para ser vistoriado e pagar uma taxa ao Detran, além de pagar o licenciamento anual. Por que só o Rio de Janeiro tem que ter vistoria (anual) e pagar uma taxa a mais?", questionou o deputado.
Para Aureo, falta estrutura ao Detran fluminense para fazer a vistoria de 4 milhões de automóveis todos os anos. O deputado também defende que "não faz sentido impor mais este custo" ao motorista quando não há risco à segurança ou ao meio ambiente.
Segurança 
Já o Observatório Nacional de Segurança Viária, que reúne especialistas da área, defende a continuidade das vistorias. O presidente da entidade sem fins lucrativos, José Aurélio Ramalho, argumenta que a vistoria de veículos é essencial para prevenir acidentes de trânsito. Por isso, deveria ser anual em todo o país.
Ramalho alega que, a partir do momento em que alguém paga o licenciamento do carro e o poder público não tem acesso ao veículo, isso passa a ser uma mera taxa. “Não cumpre o papel do licenciamento, que é: olhar o veículo do cidadão para ver se está com os pneus em ordem, se ele não está poluindo, se ele está com a suspensão em ordem, se tem os faróis e lanternas funcionando corretamente, porque o custo para a sociedade de qualquer anomalia dessas no veículo pode ser muito grande", explicou o especialista.
Tramitação
O projeto de lei que quer acabar com as vistorias anuais em veículos tramita em conjunto com outras 134 propostas que também tratam de mudanças no Código de Trânsito. Elas estão sendo avaliadas pela Comissão Especial do PL 8085/14.
O relatório final da comissão especial será votado pela própria comissão e, depois, analisado pelo Plenário da Câmara.
“Hoje trabalho com o mestre cuidando do espaço no Pelourinho e se não fosse a capoeira, não sei onde eu estaria. A capoeira hoje é a minha vida, aquilo que eu acredito e que eu quero passar para outras pessoas através do exemplo do que aconteceu comigo”, afirma João Grandão.
Programação
O encontro terá cinco dias de programação sobre a arte e a filosofia da Capoeira Angola. Entre palestras gratuitas e oficinas no valor de R$ 150, o público ainda pode participar de uma missa na Igreja São Francisco e de um caruru oferecido por Curió, como encerramento do evento, no dia 23, quando o mestre também comemora o aniversário de 79 anos.
As atividades se dividem entre as sedes da Escola de Capoeira Angola Irmãos Gêmeos (ECAIG), que ficam no Forte do Santo Antônio Além do Carmo e na Rua Gregório de Mato, nº 9, no Pelourinho. Para mais informações sobre o evento, os interessados podem ligar para os números (71) 3321-0396, 3323-0081 e (71) 98733-8776, ou entrar em contrato pelo email [email protected]

Classificação Indicativa: Livre

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