Política

Restos a notar: bastidores, olhares e ponderações sobre a política baiana

Imagem Restos a notar: bastidores, olhares e ponderações sobre a política baiana
Bnews - Divulgação

Publicado em 01/11/2012, às 18h31   *Luiz Fernando Lima (Twitter @limaluiz)


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Praticamente em toda entrevista feita por um jornalista que resulta em uma nota, matéria, reportagem ou em uma publicação de ping pong “sobram” declarações, comentários, análises e o rescaldo que não são utilizados ali. Muitas destas são interessantes, mas ficam de fora por uma razão ou outra. Este é o conceito desta coluna. A ideia é que em conversa de repórter seja com fonte ou entre colegas, tudo que não é off pode ser usado e tudo que é usado potencialmente interessa a alguém.

Novas caras, mas nem tanto assim

O prefeito eleito de Salvador ACM Neto (DEM) agradeceu as homenagens ao avô, senador ACM – morto em 2007 -, mas deixou claro que seu governo será do século XXI. Nesta quinta-feira (1º) se reuniu com o prefeito de Salvador João Henrique (PP) para discutir a transição e anunciou publicamente quem vai comandar a equipe responsável pela mudança: Paulo Souto. O ex-governador, derrotado por Jaques Wagner em 2010, não é um quadro que se pode chamar de novo, mas tem experiência e vai precisar.

Promessas

João Henrique prometeu ajudar a nova administração em tudo que for necessário para promover uma transição: rápida, transparente e séria. Não disse, no entanto, se pretende segurar os projetos que tenta executar nestes últimos dias e que vão comprometer o orçamento e o tempo do próximo gestor. Entre eles: a mudança da conta dos servidores para o Santander; a Linha Viva; a Linha Atlântica; a licitação do Lixo e segue a lista corrida. Pelo visto, em 60 dias, nem o experiente Paulo Souto vai conseguir tomar pé do que passou e do que está por vir.

Ininterruptamente

Repete com este colunista: o processo eleitoral é ininterrupto. Não acaba. Não para. Pedir para discutir 2014 em 2014 só se colocarmos um embate verdadeiro sobre reforma política no meio do caminho. Mas como a Copa das Confederações e do Mundo estão logo ali adiante, o risco do debate político vai ficar para a próxima gestão federal. Até lá, os nomes, especulações, costuras e pavimentações continuam a pipocar por aqui e ali.

Disputa dentro da Casa

Os partidos PSD e PDT elegeram juntos 125 prefeitos. O “time” do Otto com 72 foi o melhor colocado após o PT dentro da base. Já os liderados por Alexandre Brust / Marcelo Nilo com 43 ficaram atrás dos pepistas de João Leão e Mário Negromonte. As duas legendas, PSD e PDT, ganham destaque pela disputa que estão travando em dois fronts importantes. Marcelo Nilo já busca apoio de Wagner para permanecer na presidência da Assembleia pelo quarto mandato consecutivo, enquanto Gildásio Penedo, potencial adversário de Nilo no Legislativo, tem perfil para o Tribunal de Contas do Estado (TCE), onde uma vaga entre os conselheiros foi aberta e cabe ao Legislativo indicar.

Ocupação de espaço

Sabendo que estas não são batalhas simples, o PDT lançou o nome do experiente deputado João Bonfim para a vaga de conselheiro, enquanto tanto Penedo quanto o ex-presidente da Câmara de Vereadores de Salvador, Alan Sanches estão no páreo para a sucessão de Nilo do lado do PSD.

Noves fora

Se depender das partes, o entendimento deve ser fácil, contudo, entre um acordo e outro, tem alguns nomes com anseios e algumas projeções e tratados a serem construídos.

Participo

Lembro que no início de 2010, Nilo dizia aos quatro cantos da Bahia que era o candidato a vice do coração de Jaques Wagner. Á época no PP, valoroso aliado, e agora liderando o PSD, Otto Alencar assumiu a vaga na majoritária. Nas conversas de corredor, o papo que rola é que o presidente está fazendo espuma para cavar a sonhada vaga na majoritária. Provavelmente, como vice mesmo. Neste caso, Otto teria que topar disputar o Senado ou...

A cabeça é nossa

Na formatação de 2014, fora uma ou outra projeção mais arrojada, a maioria dos parlamentares consultados pela reportagem dão como certa uma coisa: a vaga de candidato titular ao governo é do PT e ninguém tira. Agora, se Pinheiro, Rui Costa, Caetano ou Gabrielli depende da proximidade de cada interlocutor para arriscar.

Sobre derrotas e não vitórias

Em visita à redação do Bocão News nesta quinta-feira (1º), o prefeito eleito de Camaçari, Ademar Delgado (PT), corrigiu a reportagem quando questionado sobre as derrotas em Salvador e Feira de Santana. Para ele, só se perde o que se tem, e a capital e a “Princesa do Sertão não eram administradas pelo PT, portanto, “deixamos de ganhar, o que é diferente de perder”.

Emenda

O exemplo de derrota foi Lauro de Freitas, onde a prefeita Moema Gramacho (PT) não conseguiu eleger o sucessor. Desde o início da corrida eleitoral, as comparações entre os candidatos João Oliveira, de Lauro, e o próprio Ademar Delgado eram inevitáveis. Os dois foram considerados postulantes “pesados”. Na cidade comandada pela prefeita, o partido foi derrotado, já no município polo industrial, venceu, ou melhor, não perdeu. Até porque se considerarmos que só se perde o que se tem, ganhar eleição onde já se governa é não perder

Jurisdicionalização

Na última coluna escrevemos sobre os números de representações e pedidos de direitos de respostas propostos pelo escritório de advocacia de Ademir Ismerim. Ele defendeu a coligação “É hora de defender Salvador”, na oportunidade, a assessoria da coligação “Todos juntos por Salvador”, de Nelson Pelegrino (PT), mas não respondeu. Diante da indisposição destes, o próprio escritório de Ismerim enviou os números do adversário. Foram 191 defesas com 28 derrotas no primeiro turno. No segundo, foram 42 defesas com quatro derrotas. Estes são os números.

Confira as anteriores:

Restos a notar



* Luiz Fernando Lima é editor do Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

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