Desde a última sexta-feira (27), o governador Jaques Wagner adotou novo discurso para pressionar os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) a aprovarem a liberação dos recursos para a construção da Arena Fonte Nova. Agora, Wagner diz que vai acionar a justiça para conseguir o que quer.
O presidente estadual do PMDB, deputado federal Lúcio Vieira Lima, rebateu as declarações do governador, de que o conselheiros estariam partindo de um princípio de que todo político rouba quando na verdade ele (Wagner) também é homem de bem, que não admite corrupção. Para Lúcio, O TCE também é formado por homens de bem. “Que não vão se curvar a ameaças de governo algum”, afirma.
Ainda segundo o dirigente partidário, outro argumento utilizado por Wagner é contestável. De acordo com o chefe do executivo estadual, a obra é uma Parceria Público-Privada (PPP) e que, portanto, não é necessária a apresentação dos projetos básico e executivo. No entanto, para Lúcio, o governador se esquece de duas coisas.
A primeira é que o próprio BNDES condicionou a liberação dos recursos ao parecer do TCE, que consequentemente, precisa dos projetos para fazerem seus trabalhos de auditoria. A segunda é que por mais que Wagner diga que o dinheiro é privado, o recurso vem de banco estatal e o agravante é que o governo é o avalista, o fiador.
“Mais que isso, se está tudo certo então porque não apresentar o projeto?”, questiona o presidente peemedebista. Lúcio defende ainda que se o governo acredita que o trabalho dos conselheiros não é necessário deve ir brigar com o BNDES que foi quem colocou a cláusula no contrato.
“Eles (governo) estão desrespeitando a lei. Temos a certeza de que o TCE não abrirá mão de fazer o seu trabalho de forma correta. E estas pressões podem ser consideradas chantagem”, concluí Lúcio.
Foto: Edson Ruiz // Bocão News