As eleições de 2012 já movimentam Salvador há algum tempo, por aqui, não faltam lançamentos de pré-candidaturas ao "falido" Palácio Thomé Souza. Em Feira de Santana, segunda maior cidade do estado, a situação não é diferente. Por lá, nomes como o do atual prefeito Tarcízio Pimenta (ainda DEM), do ex-prefeito José Ronaldo (DEM) e de Colbert Martins (PMDB) são dados como certo, mas a disputa mais acalorada deve acontecer, novamente, dentro do PT.
O deputado federal Sérgio Carneiro assume publicamente que deseja concorrer à chefia da cidade. O também petista, Zé Neto, líder da bancada governista na Assembleia Legislativa, compartilha do sonho do correligionário e deve, outra vez, buscar ser o representante da legenda na disputa eleitoral de 2012.
Nenhum dos dois assume a disputa publicamente, no entanto, tanto um quanto o outro busca sempre que possível “vender o seu peixe”. Em conversa com a reportagem do
Bocão News, os dois alegam que o momento ainda não é ideal para iniciar os debates em torno do nome, mas o caminho de cada um já começa a ser traçado e a rota é de colizão.
De acordo com o deputado federal, a relação dos dois continua boa e não há conflito de interesses até porque a decisão sobre candidatura não cabe apenas aos interessados, o próprio partido e o governador devem ser ouvidos. Contudo, Carneiro não deixa de alfinetar o virtual concorrente. “Não há estremecimento nenhum porque ninguém é candidato de si mesmo. Nem eu sou candidato de mim mesmo, nem ele pode ser candidato dele mesmo. De forma que temos que aguardar a hora para ver como o conjunto de circunstâncias se apresentará. Se favorável a mim ou a ele. Pela experiência política que ambos temos, eu creio que nenhum dos dois haverá de forçar uma situação sob condições desfavoráveis”, avalia.
Ainda segundo Sérgio, o PT aprendeu algumas lições na sua caminhada. “Uma delas é de que não se governa sozinho. Outra é de que não ganha eleição sozinho. De forma que você precisa definir o seu arco de alianças, saber com quem você quer se coligar. É preciso com muita humildade levar em consideração a opinião destes partidos que, eventualmente, o PT queira se coligar e a opinião desses aliados que certamente já pesa bastante”, disse,
Ao que parece, o deputado federal aposta suas fichas no bom trânsito que tem com os outros partidos aliados, e também em eventuais desgastes de Neto devido ao perfil, que muitos consideram conflituoso. Por outro lado, desde que assumiu a liderança da bancada governista, Zé Neto, vem tentando emplacar uma mudança de comportamento. Recentemente, foi chamado por um deputado da oposição de “Zezinho paz e amor”. O feirense ganhou projeção na Assembleia pela língua afiada e por não perder a oportunidade de uma boa disputa retórica.
Na conversa com a reportagem do
Bocão News, Sérgio afirmou que espera um apoio mais efetivo do governador Jaques Wagner no próximo pleito. “Nas eleições passadas me faltou este apoio. O governador ficou neutro em Feira sob o argumento de que eu disputava a eleição com outro aliado do governo que era do PMDB (Colbert Martins). Agora, que nós não temos mais esta dicotomia, eu penso que o governador ficará livre para dar o apoio à coligação liderada pelo PT”, avaliou.
Foto: Roberto Viana // Bocão News
