Política

Acarajé: há blindagem do PSDB e condenação prévia do PT, diz Florence

Publicado em 23/02/2016, às 07h44   Redação Bocão News (@bocaonews)



O líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (BA), criticou nesta segunda-feira (22) a existência de agentes públicos “vestindo a camisa do PSDB” ao se referir 23ª fase da Operação Lava Jato batizada de Acarajé e que culminou na prisão do marquteiro do PT, João Santana. Segundo o parlamentar baiano, "isso compromete a imagem das instituições de investigação e fiscalização do Estado".
“Nós queremos zelar pelas instituições, pela democracia. E a democracia é o império da lei. Há distorção com foco no PT, nas contas da presidenta Dilma, e no ex-presidente Lula, e um diversionismo em relação a provas contundentes em relação ao PSDB. Hoje, temos a blindagem do PSDB e a condenação prévia do PT, sem provas", declarou Florence.
O petista, que assumiu a liderança do partido na Câmara recentemente, aponta ainda parcialidade e interesses políticos na condução dos trabalhos por alguns agentes públicos. “Certamente instituições de Estado devem investigar, mas que tem gente vestindo a camisa do PSDB, tem. Quando a pessoa passa em um concurso é para agir em defesa do Estado, mas alguns indivíduos estão agindo em nome de interesses políticos específicos, porque há acobertamento. O ataque ao presidente Lula é vil e é ilegal. Há tão somente uma busca de pistas malograda, pois não há nenhum indício em relação a participação do presidente Lula em qualquer ato ilegal. Já em relação a FHC, em relação ao Aécio, há três delações premiadas e não há investigação, na Lava Jato nenhum tucano é investigado”, argumentou o deputado.
A Operação Lava Jato, segundo Florence, “de jato só tem o nome”, já que é conduzida “a conta-gotas, de acordo com o andamento da disputa política no Brasil”. O parlamentar estranhou a deflagração da nova etapa da operação justamente num momento em que toda a cobertura política tem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) no centro de um escândalo. “Nesta semana o foco poderia ser uma parente de FHC, que disse que recebeu dinheiro de empresa no exterior, mas se produz um noticiário logo no início da semana que abafa isso”, disse.
Afonso Florence denunciou o “exagero” e a “ilegalidade” de alguns atos dos investigadores e lamentou a orientação midiática de suas ações, bem como a falta de parcimônia. “É obvio que há um exagero, que há ilegalidade. Nós vamos agora tornar regra que prisão provisória terá como referência a delação premiada a gente do PT? Porque quando a delação premiada é em relação ao PSDB não há investigação. É lamentável que pessoas que fizeram concurso público para representar o estado, brasileiro estejam incorrendo em erros tão crassos que comprometem as instituições. Do jeito que vai, a delação premiada está desmoralizada. Eventualmente alguém delata e depois fala que foi induzido a fazer a delação””, criticou o líder petista.
“Eles [promotores, delegados da Polícia Federal e o juiz Sérgio Moro] estão fazendo um movimento que tem uma dimensão midiática que me parece que deveria ter parcimônia, que deveria ter um inquestionável compromisso com a condução imparcial de investigações. O Estado Democrático de Direito exige o rito, o devido processo legal. E isso está sendo rasgado a todo instante”, complementou Florence.
Em relação às denúncias contra o publicitário baiano João Santana, o líder petista afirmou que as contas da campanha da presidenta Dilma “foram aprovadas pelo TSE com todos os documentos arrolados” e cobrou o respeito ao amplo direito à defesa. “Antes dessa prisão que foi decretada o advogado do João Santana pediu acesso aos autos do processo e isso foi negado. Portanto, esses são fatos que devem preocupar todos que tem compromisso com a defesa da democracia, com o rito do devido processo legal”, afirmou Florence, conforme o site PT na Câmara.

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