Um dos argumentos mais utilizados pelos petistas no curso das operações da Polícia Federal, incluso a Lava-Jato, é que o partido sempre deixou a instituição caminhar com autonomia.
Contudo, a mudança na chefia do Ministério da Justiça, sai José Eduardo Cardozo e entra Wellington Silva, para o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antônio Imbassahy, promete levar ao chão esta justificativa.
Em nota enviada à imprensa, Imbassahy firma que a mudança expõe a pressão exercida pelo PT e pelo ex-presidente Lula nas Operações Lava Jato e Zelotes, que cada vez mais se aproximam de Lula.
“O que o PT e o ex-presidente querem é que o ministro da Justiça controle as atividades da Polícia Federal e as investigações que atingem membros do governo e do partido. Sem ter como se explicar, os investigados querem impor uma mordaça aos investigadores, atitude típica dos autoritários, que querem colocar o Estado a serviço deles”,
O também deputado federal pela Bahia, Roberto Britto (PP), que é da base governista, optou por outra abordagem. Ao comentar a entrada de Wellington, Britto afirma que foi “uma grande escolha. Ele é preparadíssimo, já deu demonstrações de sua competência quando dirigiu a PGE e vai surpreender positivamente no Ministério. Sua indicação é um reconhecimento ao grande trabalho realizado na Casa Civil pelo ministro Jaques Wagner".
Imbassahy, no entanto, associa a saída de Cardozo com as declarações de Lula de que estava sendo perseguido pela PF e pelo Ministério Público. “É inadmissível e condenável qualquer tentativa de interferência nas atividades da Polícia Federal e da Justiça, que prestam um extraordinário serviço à sociedade, ao expor os esqueletos que o PT quis esconder”.
Publicada originalmente às 14h do dia 29 de fevereiro
