Política

Janot apresenta ao STF dados sobre a vida de luxo do deputado Eduardo Cunha

Publicado em 05/03/2016, às 17h29   Redação Bocão News (@bocaonews)


FacebookTwitterWhatsApp

Já eleito presidente da Casa, em fevereiro de 2015, o deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) foi dar um passeio em Paris, onde consumiu bem – em cinco dias, de 14 a 18, US$ 1,3 mil no restaurante Gu Savoy, US$ 8,1 mil na loja de roupas masculinas Textiles Astrum France, US$ 965,69 no restaurante Les Tablettes, US$ 1.177 no Le Grand Vefour, US$ 15,8 mil no Hotel Plaza Athnee. Em apenas nove dias, no final de dezembro de 2012 e início de 2013, o peemedebista gastou no cartão de crédito US$ 42,2 mil em restaurantes, hotel e lojas de grife em Miami Beach, valor equivalente a R$ 169,5 mil numa época em que ele ganhava na Câmara R$ 17,7 mil.

Os dados sobre a vida de luxos e prazeres do deputado alvo da Operação Lava Jato constam da nova denúncia que o procurador-geral da República Rodrigo Janot apresentou ao Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira (4), contra Eduardo Cunha, desta vez por suposto recebimento na Suíça de mais de US$ 5 milhões em propinas ‘por viabilizar a aquisição de um campo de petróleo em Benin, na África, pela Petrobrás’. Em 104 páginas, Janot acusa o parlamentar pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e falsidade eleitoral. A acusação indica contas secretas de Eduardo Cunha na Suíça.

Janot mostra passo a passo como o deputado gastava bem em suas viagens ao exterior. “Tais despesas, incompatíveis com o patrimônio lícito e declarado do denunciado e pagas com dinheiro proveniente de desvios da Petrobrás continuaram mesmo após a eleição de Eduardo Cunha para a presidente da Câmara dos deputados ocorrida em fevereiro de 2015″, assinala o procurador. Em fevereiro de 2015, já ocupando o topo da hierarquia do Legislativo e depois de passar alguns dias em Paris, Eduardo Cunha se deslocou até Portugal, onde voltou a usar sem parcimônia o cartão de crédito – o rastreamento da Procuradoria-Geral da República aponta US$ 1469, 49 deixados no restaurante Os Arcos, em Paço D’Arcos e US$ 2.924,60 no Grande Real Villa Hotel, em Cascais. A quebra do sigilo do cartão de crédito do deputado deixou impressionado o procurador. A denúncia pede a devolução dos valores apreendidos nas contas secretas de Eduardo Cunha e a reparação dos danos materiais e morais no valor de duas vezes a propina cobrada, além da perda da função pública e do mandato.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp