Política

TSE contrata jornalistas via empresa de limpeza; contrato é de R$ 2 milhões

Publicado em 06/03/2016, às 08h13   Redação Bocão News (@bocaonews)



O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contratou 14 jornalistas para reforçar a assessoria de imprensa nas eleições municipais deste ano. O problema é que apesar de usarem crachás fornecidos pelo Tribunal, os funcionários terão como empregador real uma empresa de limpeza que faz locação de mão de obra temporária na área de serviços gerais. A Liderança Limpeza e Conservação Ltda., com sede em Santa Catarina, receberá R$ 2 milhões para prestar "serviços especializados na área de comunicação social" no período eleitoral.

Um total de oito redatores e dois fotógrafos terceirizados atuarão no TSE ao longo de 12 meses. Além disso, outros três redatores e um fotógrafo ocuparão quatro vagas temporárias, de 90 dias, no "núcleo cobertura das eleições". O primeiro turno das eleições municipais está marcado para o dia 2 de outubro; o segundo turno será no dia 30 do mesmo mês. Os salários variam entre R$ 6.300 e R$ 6.700, fora encargos. Os valores estão acima dos sugeridos pelo Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal para órgãos federais que terceirizam esses serviços.

A Liderança ofereceu o preço mais baixo em pregão eletrônico, disputando com nove concorrentes –seis dos quais pertencentes à área de comunicação. "Esse modelo de contratação, pelo menor preço, limita a capacidade estratégica de atendimento", diz Carlos Henrique Carvalho, presidente da Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom). "A comunicação tem que ser mais ampla, com atualização tecnológica, e não apenas preencher postos e oferecer um produtor de releases", afirma. A Abracom defende a modalidade de licitação que avalia a melhor técnica pelo menor preço. O pregão eletrônico tem previsão legal, e a terceirização de jornalistas costuma ser adotada por órgãos públicos nos Três Poderes.

Classificação Indicativa: Livre

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