Política

Juca Ferreira: golpe não é palatável, nem quando tem a "cara" de legal

Publicado em 20/03/2016, às 11h10   Luiz Fernando Lima (@bocaonews)


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Um dos poucos ministros que se dispuseram a participar das manifestações de rua pró-governo da última semana, Juca Ferreira (Cultura), pede "juízo à turma da oposição" por acreditar que este ambiente pode desencadear um processo sem retorno para o país e não se trata do fim da corrupção e sim da quebra do caminho democrático. "Minha avaliação é que a democracia brasileira está ameaçada. Desde um dia depois da reeleição da presidente Dilma Rousseff o Aécio Neves liderou um processo de questionamento do processo eleitoral e de ruptura. Primeiro questionaram as urnas, depois assuntos e temas novos que a presidenta conduziu, ou seja, eles questionam tudo com a perspectiva de derrubar o governo eleito e isso cria um clima de instabilidade com conotação de conflitos. O discurso é o de ódio".

Na análise do ministro baiano, o PT deveria ter reagido antes, mas não conseguiu enxergar o que estava por vir. "Acho que o governo demorou demais. O PT estava perplexo também e agora a gente começou de fato a ver a necessidade de a população e os movimentos sociais voltarem a se organizar e tomar as ruas. Eu espero que eles (oposição) tomem juízo porque estão próximos de mergulhar o país em um período de instabilidade que a gente sabe quando entra e não como e nem quando sai. É melhor buscar uma solução negociada com a população brasileira".

O único caminho a ser seguido, de acordo com Juca, é o da conversa e negociação. "Ruptura democrática não é negociável. Negociação é reconhecer que a voz das urnas é mais importante. Dilma teve mais de 50 milhões de votos. É preciso respeitar isso, caso contrário a democracia é questionada. Eles estão tentando dar uma cara legal ao golpe, mas golpe nem com cara legal é palatável. Precisam perceber que esta aventura golpista tem um custo muito grande para a democracia brasileira".

O juiz Sérgio Moro não ficou de fora das críticas do ministro. "(Moro) tem feito questão de ser seletivo. O interesse de investigar, julgar e punir está focado em quem é do PT ou próximo a ele. Não vejo nenhum interesse de fato em investigar e punir a corrupção. Já existem indícios muito consistentes de muitos líderes que surgiram nas delações premiadas. Acho que é muito mais o uso político do discurso do combate à corrupção que o combate à corrupção".

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