Política

Apesar do “motim”, Câmara aprova projetos da prefeitura

Imagem Apesar do “motim”, Câmara aprova projetos da prefeitura
Aliados do governo João Henrique abandonaram a Casa antes da votação  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 08/06/2011, às 18h43   Daniel Pinto


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A sessão desta quarta-feira (8) na Câmara Municipal de Salvador tinha todos os ingredientes para acabar em confusão. Mas, por ironia do destino, terminou com uma vitória da base aliada do prefeito João Henrique. Ao meio dia, o Executivo enviou duas mensagens à Casa. Uma com proposta de reajuste salarial para professores do município e outra alterando de 30 para 40 horas semanais a jornada de trabalho de funcionários da Secretaria de Serviços Públicos (Sesp).

Havia um acordo para que os dois projetos fossem votados. Mas, o líder do governo, Téo Senna (PTC), foi surpreendido com um movimento que por pouco não esvaziou a sessão. Nos bastidores, o comentário era de que o vereador Alfredo Mangueira (PMDB), um dos mais influentes do Legislativo, liderou uma espécie de “motim” para que não houvesse votação. O fato é que houve quórum e a sessão foi aberta. Mesmo assim, seis vereadores não registraram presença: Adriano Meireles (PSC) e David Rios (PTB) estão de licença, mas Mangueira, Paulo Magalhães (PSC), Alberto Braga (PSC) e Carlos Muniz (PTN) faltaram sem justificativa.


Enquanto isso, nas galerias do plenário e do lado de fora da Casa centenas de professores cobravam a aprovação da matéria de interesse da categoria. Além disso, agentes da Sesp também marcaram presença no protesto.

Apesar do suspense, a sessão foi aberta com 35 vereadores e os projetos foram aprovados por unanimidade. A partir de agora, professores que trabalham 20 horas semanais passam a ter piso salarial de R$ 594,00, enquanto aqueles com 40 horas receberão R$ 1.185,00. A demanda da Secretaria de Serviços Públicos também foi atendida, o que vai gerar acréscimo de aproximadamente 17% nos vencimentos de agentes de suporte operacional e administrativo lotados na pasta.


“No caso dos professores, não acho que seja digno. Mas, infelizmente, é o possível. Mesmo com as dificuldades por conta da baixa arrecadação, a prefeitura tem se esforçado para dar melhores condições de trabalho aos docentes”, observou Joceval Rodrigues (PPS).

Queda de braço – A ausência de Mangueira e de seus “escudeiros” deu margem a várias interpretações. A mais crível de todas aponta que o peemedebista teve uma solicitação negada pelo Thomé de Souza e tentou dar o “revide”. Mas, também fala-se que, por um excesso de “ciúme”, ele quis medir forças com o líder Téo Senna.


Em conversa com o Bocão News, Alfredo Mangueira refutou as duas hipóteses. “Está tudo bem com a prefeitura e minha relação com Téo é a melhor possível. Tive que sair porque tinha alguns compromissos fora da Casa. E, mesmo assim, só me ausentei porque tive certeza que havia quórum e que os projetos seriam aprovados sem dificuldade”.

Apesar das negativas, o clima pode esquentar na Câmara Municipal de Salvador. 

Fotos: Roberto Viana/Bocão News

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