Política

Impeachment não é golpe, mas não deve ser instrumento de revanche, diz Bacelar

Publicado em 27/03/2016, às 10h51   Aparecido Silva (@CydoSylva)


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Visto ultimamente como o fiel da balança na base do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), o deputado federal baiano João Carlos Bacelar (PTN) condena colegas da comissão especial do impeachment que têm publicizado suas posições a respeito do processo. Em conversa com o Bocão News, o parlamentar diz que não emite opinião sobre o caso por ser um julgador no colegiado.

Reportagem do jornal Folha de S. Paulo desse domingo (27) traz um cenário em que Bacelar seria um dos homens a quem o ex-presidente Lula, enquanto articulador do governo petista, tentará convencer para barrar o processo do impeachment de Dilma na Câmara Federal. A leitura feita é que o caso já é batalha perdida no Senado, caso seja aprovado na Câmara, e na comissão especial. A alternativa seria tentar rejeitar o processo no plenário, onde o governo precisará de 171 votos.

Com a debandada do PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer, da base do governo, outras siglas como PR, PP e PSD também deve romper e juntas, as três agremiações possuem 121 deputados. Restaria, assim, o PTN, com 12 parlamentares. Como moeda de troca, o deputado Bacelar teria direito a indicar um aliado para o cargo de presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), função que está vaga depois que Dilma exonerou um afilhado político de Temer.

“Sou membro da comissão e acho que enquanto a presidente Dilma não apresentar sua defesa e chegarmos ao final do processo, eu não posso me pronunciar. Como é que um julgador dá opinião antes da defesa do acusado?”, questiona Bacelar. O deputado fez questão de frisar que seu partido integra a base do governo Dilma Rousseff, mas que na questão do impeachment a bancada ainda não tem posicionamento definido. “Como parte da base governo, faço parte da base nos assuntos do governo. No assunto impeachment, estamos avaliando para tomar uma decisão. Impeachment não é golpe, mas não pode ser um instrumento de revanche por quem perdeu as eleições. Precisamos ter serenidade”, apontou o peteenista.

Bacelar disse ainda que não foi procurado por Lula e brincou. “Eu me sinto honrado de a maior liderança politica desse país estar querendo conversar comigo. Ainda não fui procurado”, contou o deputado, que disse nunca ter pensado na possibilidade de indicar alguém para a Funasa, mas admitiu que o assunto pode ser colocado na mesa para negociação. “Sempre fui da bancada do governo sem ter cargo”, lembrou.

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Publicada no dia 27 de março de 2016, às 10h40

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