Política

Josias rebate Neto sobre “toma lá, dá cá” do governo Dilma

Publicado em 02/04/2016, às 10h05   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)



As articulações políticas estão em “compasso de espera” no governo estadual devido aos impasses criados pelo ambiente, turbulento, em Brasília. O secretário estadual de Relações Institucionais, Josias Gomes, acredita que somente depois de superado o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff será possível reorganizar as forças políticas na Bahia.

O secretário pressupõe, e sendo do PT não poderia crer em algo diferente, que ocorra a vitória da presidente na Câmara dos Deputados, contudo, pondera que o momento é ainda muito complicado e que a crise da instituição partido político foi intensificada pela conjuntura atual agravando os problemas políticos da democracia. De acordo com ele, as legendas deixaram de cumprir o papel programático e neste vácuo se instalou os interesses individuais.

Neste sentido, há a falta de perspectiva para o aperfeiçoamento dos processos democráticos. Ao analisar este contexto, Josias Gomes, aproveitou para criticar as declarações proferidas pelo prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), na última quinta-feira (31).

“O que é mais lamentável em tudo isso é que o governo instituiu o mais explícito balcão de negócios da história do Brasil, uma política de barganha lamentável e inconsequente. Imagine se a presidente consegue 172 votos (para barrar o impeachment). O que será do Brasil?”, disse o prefeito.

Para Josias, Neto utiliza o proselitismo clássico que não contribui em nada. O secretário estadual argumenta que as negociações por espaço dentro do governo acontecem na política em Brasília, na Bahia e em Salvador. O exemplo mais recente e ainda extraoficial – embora a imprensa e o meio político tratem como ato consumado – é a nomeação do deputado federal Irmão Lázaro (PSC) na secretaria municipal de Relações Institucionais.

O parlamentar teve uma votação expressiva, foi o terceiro candidato com maior número de votos em 2014 (161.438), no entanto, Lázaro não tem experiência na ponte entre Executivo, Legislativo, partidos, sociedade civil organizada e outros segmentos, conforme alguns vereadores de Salvador assinalaram a este site.

Irmão Lázaro, por outro lado, pertence a um partido que interessa à gestão municipal. Aliado a isso, a entrada dele na secretária evita que seja candidato a prefeito em Feira de Santana, ajudando ou não atrapalhando, como já noticiado exaustivamente, o atual prefeito, José Ronaldo (DEM).

Enfim, é um arranjo político para atender interesses políticos de ACM Neto e seus aliados. A legitimidade do ato deve ser analisada politicamente e o resultado nas ações efetivas precisam de tempo para serem comprovados. Nada que deponha contra Irmão Lázaro ou a escolha do gestor, no entanto, para oposição a nomeação servirá de “gasolina” para incendiar o debate do “toma lá, dá cá”.

Publicada originalmente às 17h do dia 1º de março

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