Política

Odebrecht fez repasses para obras no exterior, diz jornal

Publicado em 04/04/2016, às 08h09   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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A conta Paulistinha, que, segundo uma funcionária da Odebrecht, era usada para realização de pagamentos em dinheiro em São Paulo, fez repasses vinculados a duas obras da construtora no exterior: a hidrelétrica Baixo Sabor, em Portugal, um negócio de 450 milhões de euros; e a Via Costa Verde Callao, no Peru, com valor estimado em R$ 500 milhões, de acordo com informações publicadas pelo O Globo.
Os dois países são parceiros do Brasil nas investigações da Lava-Jato e fazem apurações sobre corrupção e possíveis pagamentos de propina por empreiteiras brasileiras em grandes obras. Procurada, a Odebrecht informou que não se manifestaria.
Segundo o jornal, os nomes das duas obras constam da planilha de pagamentos apreendida com Maria Lúcia Tavares, que trabalhava no departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht e centralizava, segundo a força-tarefa da Lava-Jato, pagamentos de propina. Maria Lúcia era a responsável pela operação dos pagamentos em moeda nacional em São Paulo, Rio, Porto Alegre, Salvador e Minas. Os valores são em reais. Os pagamentos vinculados à obra do Peru somam R$ 1,2 milhão e estão relacionados em dias subsequentes, 26 e 27 de março de 2015, no valor de R$ 644 mil cada. No caso da Baixo Sabor, são relacionados seis débitos na conta Paulistinha entre 25 de março a 9 de abril de 2015, no total de R$ 3 milhões.
Em Portugal, as investigações da hidrelétrica de Baixo Sabor estão relacionadas à atuação do ex-primeiro ministro José Sócrates. Investigado por corrupção, ele foi preso em novembro de 2014. Um ano depois, foi posto em prisão domiciliar. A obra da Odebrecht faz parte do Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroelétrico, aprovado pelo governo de Sócrates em 2007.
Portugal investiga ainda negócios no setor de petróleo, com supostas propinas pagas a autoridades locais para arquivar uma investigação sobre a Sonangol, petroleira angolana. Há pouco mais de um mês, a Polícia Judiciária portuguesa apreendeu num escritório de advocacia em Lisboa documentos relativos ao período entre 2007 e 2010, quando Manuel Vicente, atual vice-presidente da Angola, era presidente da Sonangol. Vicente esteve à frente da estatal por 13 anos e deixou o cargo em 2012.
O ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró afirmou que a Petrobras comprou blocos de petróleo na África em 2005 por US$ 300 milhões e, destes, R$ 50 milhões foram para a campanha de reeleição do ex-presidente Lula em 2006.

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