Política

Ministério Público pede fim de transmissões de rádio de Cunha

Publicado em 07/04/2016, às 09h51   Redação Bocão News (bocaonews)


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O Ministério Público Federal em Pernambuco (MPF-PE) formalizou ação civil pública, com pedido de liminar, para que a Justiça determine à União a interrupção e a suspensão das transmissões da Rádio Satélite LTDA – EPP. Com sede em Recife, a rádio tem o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), como sócio-administrador desde 2006. Tal condição é vedada pela Constituição.

Desde a promulgação da Constituição de 1988, deputados e senadores estão proibidos de firmar ou manter contrato com empresa concessionária de serviço público, nos termos do artigo 54. As concessões de radiodifusão estão entre as modalidades de contrato proibidas no texto constitucional.

A ação civil pública pede, além da interrupção imediata das atividades da Rádio Satélite – tarefa que cabe ao Ministério das Comunicações –, que a Justiça obrigue a União a promover nova licitação para os serviços de radiodifusão concedidos à emissora de Cunha. Além disso, o MPF-PE solicita que a outorga à Rádio Satélite não seja renovada e que a empresa não seja beneficiada com novas concessões.

A ação do MPF, sob responsabilidade do procurador da República Alfredo Gonzaga Falcão Jr., aponta a violação de preceitos fundamentais diversos, como direito à informação e liberdade de expressão. “São desrespeitados quando o serviço de radiodifusão não é prestado de forma adequada – situação que ocorre quando titulares de mandato eletivo figuram como sócios ou associados de pessoas jurídicas que exploram esse serviço”, diz trecho da peça judicial.

Réu

Com diversas acusações de corrupção contra si no âmbito da Operação Lava Jato, Cunha é o 57º parlamentar a se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF). Depois de julgamento no STF em 3 de março, no entanto, ele entrou para a história por ser o primeiro presidente da Câmara a enfrentar uma ação penal naquela corte, além de ser também o primeiro parlamentar a ser tornar réu na Lava Jato.

A defesa do peemedebista argumenta que as acusações contra ele não se sustentam e são represália à sua atuação política. Uma nova denúncia já foi entregue pela Procuradoria-Geral da República contra Cunha, acusado desta vez de omitir contas bancárias na Suíça.

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