Política

Impeachment: Bacelar diz ter sofrido ameaças e ataques por voto contra processo

Publicado em 14/04/2016, às 08h28   Aparecido Silva (Twitter: @CydoSylva)



Nos bastidores do processo de impeachment em Brasília, há pressões de diversas vertentes para votos contra ou a favor do processo de impedimento de Dilma Rousseff (PT). Segundo a coluna Cláudio Humberto, do site Diário do Poder, até empresários que doaram para campanhas dos deputados federais estão cobrando dos parlamentares que votem pelo impeachment. Até o PTN teria recebido investidas dos agentes

Na tarde de ontem, o deputado baiano do PTN, João Carlos Bacelar, usou o microfone no plenário para relatar ameaças, ataques e exigências, mas evitou citar nomes. De acordo com o parlamentar, a votação do relatório do impeachment na última segunda-feira (11) "encerrou um período de intensa pressão sobre os 65 deputados que integravam a comissão especial do impeachment", colegiado do qual ele fazia parte. "Foram dias de muita pressão, de ligações telefônicas incontáveis e insistentes e de mensagens pelas redes sociais. Foram milhares de pedidos, educados ou não, exigências e, muitas vezes, até ataques e ameaças. Cheguei a receber mais de 200 telefonemas de uma só pessoa numa manhã, fora as mensagens pelas redes sociais, muitas vindas de indivíduos que, sem me conhecer, sem conhecer a minha história, faziam ofensas gratuitas e mentirosas. Tudo isso porque tive a coragem de declarar abertamente a minha posição contrária ao impeachment da presidente Dilma Rousseff", descreveu.

O congressista recebeu declarações de apoio de diversos deputados na Câmara, entre eles o baiano Jorge Solla e a colega Alice Portugal, do PT e PCdoB, respectivamente. "Essa posição [contra o impeachment], apesar de algumas das calúnias que recebi, não veio de trocas de favores nem de cargos no governo, mas da minha convicção pessoal de que são as leis que tornam possível a convivência entre os homens e devem ser respeitadas. Por isso, por essa crença inabalável nas leis e na democracia, eu disse não a esse impeachment, que vejo como um golpe, e continuarei a dizer não na futura votação na Câmara", avisou. 

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