Política

João Dória teria usado offshore para comprar imóvel, revela investigação

Publicado em 01/05/2016, às 08h41   Redação Bocão News (@bocaonews)



O empresário e apresentador João Doria, pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, comprou uma empresa do escritório panamenho Mossack Fonseca. Incorporada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas, a offshore Pavilion Development Limited foi usada por Doria para adquirir um apartamento em Miami (EUA) em 1998 por US$ 231 mil sem que a propriedade aparecesse em seu nome.

A informação foi publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" e pelo blog do jornalista Fernando Rodrigues, jornalista, do UOL. A apuração internacional envolvendo a Mossack Fonseca começou quando o jornal alemão "Süddeustche Zeitung" obteve 11,5 milhões de documentos sobre o escritório do Panamá e compartilhou os papéis com 376 jornalistas de 109 veículos em 76 países, todos ligados ao ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, na sigla em inglês), uma entidade sem fins lucrativos com sede em Washington, nos Estados Unidos.

No Brasil, a investigação foi conduzida pelo UOL, pelo "Estado" e pela Rede TV!. A série de reportagens foi batizada internacionalmente de "Panama Papers". Dentre os documentos sobre o escritório do Panamá, há contratos, procurações e cópia de passaportes de Doria e sua mulher, Beatriz Marria Bettanin Doria, junto a mensagens de e-mail referentes à compra da offshore.

Para que a obtenção de uma offshore não seja considerada ilegal, a empresa precisa estar declarada à Receita Federal no Brasil. O advogado de Doria, Nelson Wilians, disse à Folha que não "há nada de ilegal" e que a Pavilion Development Limited está declarada no Imposto de Renda de 2016 do empresário. Segundo o advogado, as declarações de IR de 1998, quando Doria comprou a offshore, e dos anos posteriores serão apresentadas à Justiça Eleitoral quando ele for oficializado candidato do PSDB à prefeitura paulistana.

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