O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é ouvido nesta quinta-feira (19) no Conselho de Ética da Câmara, onde responde a processo por quebra de decoro. A sessão presidida pelo baiano José Carlos Araújo (PR) começou às 9h38 e em seguida o peemedebista passou a falar por 25 minutos, ocasião em que negou ter contas na Suíça e afirmou que não tem "nenhum interesse" na postergação do processo, mas na celeridade dele.
"Obviamente esse julgamento vai ser de natureza política. É óbvio que eu sofro por causa dos meus posicionamentos", disse Cunha logo ao iniciar sua fala, para em seguida defender que não possui dinheiro no exterior. "Não há elemento de prova que prove que eu seja dono da conta, que eu possa movimentar essa conta. Sou apenas o beneficiário de fundos geridos por trustes e não escondi de ninguém a existência do truste", argumentou.
O deputado Marcos Rogério, relator do processo que pede a cassação do peemedebista, questionou Cunha se o fato de fazer parte de truste não caracterizaria uma conta a ser declarada. Em resposta, o presidente afastado justificou que "o truste é responsável pelo investimento. Não possuo investimento não declarado". "Os investimentos não me pertenciam, então não possuo, e não há como ter prova", frisou.
Foto: Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados
