Política

Governo Dilma antecipou indicação ao STJ, dizem executivos da Odebrecht

Publicado em 13/06/2016, às 13h19   Redação Bocão News



Os investigados da Odebrecht que negociam acordo de delação premiada com os procuradores da Lava Jato devem relatar que advogados e executivos do grupo ouviram de integrantes do governo que a presidente afastada, Dilma Rousseff, nomearia um ministro garantista para o Superior Tribunal de Justiça. As informações foram divulgadas pelo jornal Folha, nesta segunda-feira (13).
De acordo com a publicação, a medida favoreceria a soltura do ex-presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, preso desde junho de 2015. São considerados garantistas os juízes que tendem a analisar os processos do ponto de vista dos direitos individuais do acusado. 
A história que deve ser contada pelos delatores é a de que executivos da Odebrecht, inclusive Marcelo, vinham pressionando integrantes do governo a frear as investigações com o argumento de que a derrocada da empreiteira atingiria a gestão Dilma. Entre os alvos da pressão estavam a própria presidente e o então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Ainda segundo o jornal, os apelos da Odebrecht, segundo os delatores, não foram atendidos. Como avanço das investigações e a prisão de Marcelo, as pressões da empreiteira aumentaram. A defesa do ex-presidente e herdeiro do grupo havia entrado com um pedido de habeas corpus que seria julgado pela quinta turma do STJ, responsável pelos recursos da Lava Jato.
O novo ministro a ser indicado por Dilma ocuparia a vaga do desembargador Newton Trisotto, provisoriamente na cadeira e que vinha votando contra a soltura dos presos da Lava Jato.
Os delatores devem revelar ainda que advogados da empreiteira receberam de Cardozo a notícia de que Dilma escolheria um garantista para a vaga. Na época, a notícia foi encarada com otimismo pela defesa da Odebrecht.
Publicada no dia 13 de junho de 2016, às 06h30

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