Política

Contra Temer, MST invade e paralisa fábrica de celulose em Mucuri

Publicado em 13/06/2016, às 11h37   Folhapress



Um grupo de 1.400 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) invadiu na madrugada desta segunda-feira (13) a fábrica da Suzano Papel e Celulose no município de Mucuri, extremo sul da Bahia. 
Com a ocupação, as atividades da indústria -uma das maiores de celulose do país- foram interrompidas por tempo indeterminado, informa o MST. 
Além de questionar o modelo de produção do agronegócio e defender a reforma agrária, a manifestação também tem como alvo o governo do presidente interino Michel Temer (PMDB), chamado de "ilegítimo e golpista". 
"Não aceitamos as ações deste governo ilegítimo e golpista que se configuram num ataque às conquistas sociais da classe trabalhadora", disse Paulo César de Souza, membro da direção nacional do MST. 
Os sem-terra ainda criticam a extinção, pelo presidente interino, do Ministério do Desenvolvimento Agrário. 
A manifestação faz parte da Jornada Nacional de Lutas do MST. Na Bahia, também estão ocupadas as oito sedes regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e três da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf). 
Ampliação
A ocupação da Suzano acontece semanas depois de a empresa assinar com o governo da Bahia um protocolo de intenções para ampliação da fábrica, num investimento de R$ 700 milhões. 
O projeto inclui a ampliação e modernização de setores já existentes e a implantação de uma nova linha de produção para papel tipo tissue, usado na produção do papel higiênico. 
Segundo Souza, do MST, a ampliação da fábrica vai agravar os impactos ambientais e sociais da cultura do eucalipto na região: "Será um ataque ao meio ambiente", diz. 
Procurada pela reportagem, a Suzano ainda não se posicionou sobre a ocupação e paralisação da fábrica.

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