Se a ideia era participar de uma votação histórica, a deputada Tia Eron (PRB-BA) certamente não imaginava a encrenca em que se meteria ao aceitar substituir no Conselho de Ética o deputado Fausto Pinato (PP-SP), que trocou de partido e jogou em seu colo o abacaxi de dar o voto decisivo no processo de cassação do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).De acordo com o jornal O Globo, desde a semana passada, quando fugiu da sessão do Conselho, a deputada baiana vive trancada em casa, sem contato com parlamentares e recebendo todo tipo de pressão e ataques por causa da avaliações de aliados e membros do Conselho de que ela estaria propensa a votar pela absolvição do deputado amigo.
Ainda segundo a publicação, enquanto parlamentares do PRB avisam que não aceitam pagar pelo desgaste de um voto pró-Cunha, nas redes sociais Tia Eron recebe pressão pesadíssima de eleitores que dizem até que ela vai queimar no fogo do inferno ao lado de satanás. Sua assessoria diz que que ela está em Brasília, isolada, sem falar com ninguém, e a única certeza é que ela vai votar. Deputados próximos tentam contato telefônico desde semana passada. Ela promete ligar de volta, mas não retorna.
O jornal afirma também que aliados de Cunha dizem que o presidente afastado, quando houve a troca de Pinato por Tia Eron, tinha certeza de que ela votaria com ele: a deputada é evangélica, recebeu relatorias de Cunha e era considerada de sua confiança.
