Política

Cunha pagava despesas de vice da Caixa com propina

Publicado em 07/07/2016, às 10h03   Redação Bocão News



Detalhes ainda sob sigilo da delação premiada de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, mostram como Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Câmara, demonstrava o poder exercido sobre seus indicados no governo e como não hesitou em assumir as rédeas da movimentação da suposta propina, de acordo com informações publicadas pelo jornal O Globo. Cleto afirmou, segundo fontes com acesso às investigações, que o doleiro Lúcio Funaro, preso na última sexta-feira na Operação Sépsis, chegou a pagar suas despesas pessoais no Brasil. Uma desavença entre Funaro e Cleto fez com que Cunha assumisse os pagamentos antes operados pelo doleiro.
Segundo as investigações do Ministério Público Federal, o dinheiro usado era fruto da corrupção nos projetos bancados por recursos do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS) junto à Caixa, área que ficava sob coordenação da vice-presidência ocupada por Cleto.
A publicação afirma ainda que Cleto, de acordo com fontes que têm acesso à investigação, contou que foi chamado por Cunha a uma reunião numa suíte de um hotel cinco estrelas em São Paulo. Ali foi apresentado aos representantes das empreiteiras responsáveis pelo projeto Porto Maravilha, no Rio. Cleto ficou poucos minutos no encontro; foi orientado depois sobre como proceder em relação ao projeto de captação de recursos via fundo de investimentos do FGTS, administrado pela Caixa, conforme a delação.
Cleto chegou à vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias da Caixa em 2011, primeiro ano do governo da presidente Dilma Rousseff. O nome de Cleto foi levado por Funaro a Cunha, que bancou a indicação. O vice-presidente ficou no cargo até dezembro de 2015 e só foi demitido por Dilma após Cunha aceitar o pedido de impeachment da petista na Câmara.

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