Política

Partidos lançam nomes à sucessão de Cunha e ameaçam dividir base de Temer

Publicado em 09/07/2016, às 18h25   Redação Bocão News



A renúncia de Eduardo Cunha (PMDB) da presidência da Câmara fez com as movimentações entre os partidos já começassem em prol da indicações de nomes. Na sexta-feira (8), o presidente interino, Waldir Maranhão (PP-MA), demitiu o secretário responsável pelas sessões e mandou até retirar as cabines de votação do prédio da Câmara para evitar que o pleito ocorra antes da data fixada por ele, a próxima quinta-feira (14). Líderes do centrão reagiram e querem que a Mesa Diretora antecipe a eleição para terça-feira (12).
Conforme O Globo, os que defendem a eleição na quinta sustentam ser preciso resolver antes, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a situação do recurso de Eduardo Cunha para que o processo de cassação dele possa seguir para o plenário. Por outro lado, os deputados pró-antecipação dizem que a real intenção de Maranhão seria empurrar a eleição do presidente para agosto, criando dificuldades para o governo Temer e embaralhando o processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff.
Para anular a convocação feita pelo centrão, ele contou com apoio de deputados de DEM, Rede e PSB. Dentre eles Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Júlio Delgado (PSB-MG), pré-candidatos na sucessão. Deputados do centrão reagiram. Rogério Rosso (PSD-DF), apontado como candidato, e Marun estiveram no gabinete de Maranhão, e os gritos foram ouvidos do lado de fora da sala. Mais tarde, os líderes do centrão pediram que a Mesa Diretora referende a eleição para terça-feira. Na Mesa, o centrão tem maioria. Mas há dúvidas regimentais se o órgão pode rever a decisão de Maranhão.
Cinco deputados tinham registrado candidaturas, até a noite de ontem. São eles: Fausto Pinato (PP-SP), Carlos Gaguim (PTN-TO), Fábio Ramalho (PMDB-MG), Carlos Manato (SD-ES) e Marcelo Castro (PMDB-PI). Nenhum deles figura entre os favoritos, mas Castro, que foi ministro de Dilma e votou contra o impeachment, pode ganhar viabilidade se conseguir o apoio da nova oposição.
Muitos candidatos disputando a indicação de uma mesma bancada não é exclusividade do PMDB. No DEM, que tem 27 deputados, Rodrigo Maia e José Carlos Aleluia (BA) anunciam suas pretensões. No PSB, que tem 34, são três pré-candidatos: Julio Delgado (MG), Heráclito Fortes (PI) e Hugo Leal (RJ). No centrão, que reúne vários partidos médios, também há muita divisão. O primeiro secretário da Mesa, Beto Mansur (PRB-SP), o segundo vice-presidente da Casa, Giacobo (PR-PR), e os deputados Cristiane Brasil (PTB-RJ) e Esperidião Amim (PP-SC) são alguns dos que pretendem disputar, além de Pinato, Gaguim e Manato.
Os nomes mais fortes do grupo, porém, continuam a ser os de Rosso e de Jovair Arantes (PTB-GO), que negam a intenção de disputar.
Publicada originalmente às 9h

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