Política

Mensagens mostram assédio de políticos e ex-jogador a executivo da Andrade

Publicado em 13/07/2016, às 06h36   Redação Bocão News



A quebra de sigilo do celular de Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da empreiteira Andrade Gutierrez, mostra que ele recebia mensagens desse tipo, de teor insistente, com grande frequência em períodos de campanha eleitoral, de acordo com informações publicadas pela Folha. O empreiteiro foi preso na Operação Lava Jato, há um ano. Solto no início de 2016, atualmente é réu e delator.
Segundo a publicação, entre os interlocutores, estão candidatos, emissários de campanhas e Edinho Silva (PT), tesoureiro da petista Dilma Rousseff em 2014. Há menções a negociações com as principais candidaturas da eleição presidencial de 2014. Edinho questiona em mensagem de agosto daquele ano a falta de doações e chama a situação de "drástica". 
A reportagem afirma que para a polícia, uma negociação de doação para a campanha do tucano Aécio Neves à Presidência pode ter sido feita com Oswaldo Borges da Costa Filho, ex-presidente da estatal mineira Codemig e conhecido como tesoureiro informal do PSDB-MG. O ex-jogador de vôlei Giovane Gavio, que concorreu a deputado federal pelo PSDB-MG e não se elegeu, também procurou o empreiteiro. "Vc havia me dito que conseguiria alguém para apoiar com 500k conseguiu?".
Ainda de acordo com o jornal, em 2012, em meio à campanha municipal, o deputado federal Vicente Cândido (PT) pede doação ao "candidato do Zé Eduardo" à Câmara de São Paulo, em referência ao então ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. Outro petista, Carlos Neder, deputado estadual em SP, reclama em conversa em 2014 que não recebeu doação. O empreiteiro orienta a procurar João Vaccari, então tesoureiro do PT e hoje preso na Lava Jato. 
Partidos ouvidos pela reportagem disseram que as doações da Andrade Gutierrez foram legais e estão registradas na Justiça Eleitoral. O ex-ministro Edinho Silva diz que seu papel era buscar recursos para a campanha e que as doações eram legais. A assessoria do senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirma que foi feita uma contribuição pela empreiteira à campanha presidencial dele em 29 de agosto de 2014, mesmo dia da conversa entre Oswaldo Borges Costa Filho e Otávio Marques de Azevedo. 
A Rede, atual partido da ex-senadora Marina Silva, disse que os encontros de Álvaro de Souza com representantes da construtora aconteceram e que foi doado R$ 1 milhão pela empresa. Souza disse que não era tesoureiro, mas voluntário na eleição. Carlos Neder diz que recebeu uma doação registrada e pediu mais contribuições, que não foram feitas. Vicente Cândido também afirma que o repasse foi legal. A defesa de Azevedo diz que as conversas são conhecidas pela Justiça. Giovane Gavio não foi localizado.

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