Política

Quase metade do eleitorado baiano não tem ensino médio completo

Publicado em 20/07/2016, às 15h55   Tamirys Machado


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Dos 10.185.417 eleitores aptos a votar no estado da Bahia quase a metade não concluiu o ensino médio. Conforme apuração do Bocão News, baseado nos dados do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), 3.084.691 não têm ensino fundamental completo e 1.821.441 não possui ensino médio, ou seja, 4.906.132 sequer concluíram os estudos do primeiro grau. 
O número representa 48,16% do eleitorado da Bahia. Se tratando de nível superior o percentual é muito menor. 2,28% possui ensino superior completo, o equivalente a 233.132 eleitores. 
Analisando outra estado do Nordeste, como Pernambuco, o cenário não é diferente. O número de eleitores é menor que o da Bahia, são 6.512.353, é o 7º colégio eleitoral do país. Já a Bahia é o 4º, perdendo apenas para São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, respectivamente. 
Em Pernambuco, 1.782.893 não têm ensino fundamental completo e 954.376 não concluíram o ensino médio, totalizando 2.737.269, é metade do número baiano, porém em percentual, o cenário não muda muito. 42,3% dos eleitores de Pernambuco não concluíram os estudos.
Já o Rio de Janeiro, é o terceiro maior colégio eleitoral, com 12.141.145, conforme Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos quais 3.539.553 não têm ensino fundamental completo e 2.621.494 não concluíram o ensino médio. O que significa dizer que 50,1% do eleitorado fluminense não concluíram os estudos. Em relação a quem tem ensino superior, 6,4% terminaram a faculdade. São Paulo é o primeiro colégio eleitoral do país, com 15.224.151 eleitores. 28,3% não tem ensino fundamental e 22,5% não tem ensino médio completo. 
Veja o nível de escolaridade por gênero no Estado da Bahia   (dados das últimas eleições de 2014)
O cientista político, Joviniano Neto, avalia que o grau de instrução não define o tipo e qualidade do voto, embora permita, em teoria, que o indivíduo tenha mais acesso a informação. “Isso interfere no voto, mas necessariamente não significa que o voto dos mais instruídos seja de maior qualidade. O nível de instrução, em tese, permite que o eleitor processe mais a informação e tenha mais capacidade de criticá-la”, pontuou. 
Ele apontou alguns elementos que definem o voto em determinado candidato.   “O primeiro elemento é a experiência pessoal, esse limite dificilmente é ultrapassado por qualquer propaganda. Isso fica mais claro, inclusive, nas eleições municipais, onde o eleitor vota muito conhecendo o personagem, a experiência presencial”, disse, considerando este o fator que mais é levado em conta na hora de decidir em quem votar. O segundo, de acordo com Joviniano, é a influência que os líderes de opinião exercem. A exemplo dos líderes comunitários, pastores, líderes políticos, presidentes de sindicato, entre outros. Isso inclui também a participação em redes de amigos e família.  Outro elemento é a informação que chega pela mídia geral e redes sociais. 
O cientista disse ainda que todas as pessoas votam a partir dos interesses percebidos e o grau de percepção pode variar conforme os elementos citados. Para Joviniano Neto, a diferença é que, quem tem um grau de instrução menor, tende a confiar na informação do outro, sem fazer triagem.  

Classificação Indicativa: Livre

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