Política

Estudante reafirma denúncia de tentativa de estupro contra Marco Feliciano

Publicado em 09/08/2016, às 13h47   Agência Brasil


FacebookTwitterWhatsApp

A estudante de jornalismo Patrícia Lélis reafirmou nesta segunda-feira (8), em entrevista coletiva, a acusação de tentativa de estupro contra o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) e de ameaça e cárcere privado contra o assessor dele, Talma Bauer. O assessor chegou a ser detido em São Paulo na última sexta-feira (5) por causa da denúncia, mais foi liberado na madrugada de sábado (6).
Patrícia é da juventude do PSC, partido de Feliciano. A estudante contou que foi chamada por Feliciano para ir ao apartamento funcional dele, em Brasília, no dia 15 de junho, para participar de uma reunião sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigaria a União Nacional dos Estudantes (UNE).
Segundo ela, ao chegar à casa do deputado, ela descobriu que ele estava sozinho e que não havia reunião. Feliciano então, segundo a estudante, tentou estuprá-la. Patrícia relata que gritou e que uma vizinha do deputado bateu à porta para saber o que estava acontecendo, o que colaborou para que o fato não se concretizasse.
Ainda de acordo com a estudante, assim que deixou o apartamento funcional de Feliciano, ela foi à Câmara dos Deputados e tentou pedir ajuda a membros do PSC, entre eles o presidente do partido, Pastor Everaldo, em vão. Patrícia relata que recebeu oferta de dinheiro de Everaldo, que teria entregado um saco com uma quantia que ela não sabe o valor.
Na entrevista, Patrícia Lélis contou ainda que alguns dias depois recebeu uma oferta de emprego em São Paulo do jornalista Emerson Biazon e viajou com ele para lá. No entanto, ela suspeita que Biazon foi enviado por Feliciano, porque ela não chegou a fazer a entrevista para a vaga.
“Foi à base de ameaça, ele estava armado. Tudo que eu fiz foi à base de ameaça. E não foi qualquer ameaça. Foram ameaças de uma pessoa que tinha uma arma. Porque até então, o Bauer é aposentado da polícia, ele anda armado”, completou.
Patrícia também contou que foi obrigada por Bauer a gravar dois vídeos nos quais falava bem do deputado e desmentia o relato que ela própria tinha feito ao jornalista Leandro Mazzini, em Brasília, acusando Feliciano da tentativa de estupro. Na primeira gravação, segundo ela, ficou visível seu nervosismo, o que provocou suspeitas de pessoas conhecidas. Por isso, o assessor a teria obrigado a gravar um novo vídeo. Patrícia nega que tenha recebido dinheiro para fazer as gravações e diz que foi ameaçada.
A estudante diz que conseguiu se salvar porque pediu ajuda a dois jornalistas que foram até o hotel para tentar ouvi-la. Ao relatar as ameaças aos repórteres, a estudante diz que foi levada à delegacia por eles. Ainda segundo Patrícia, um dos repórteres gravou uma ligação de Bauer para ela, determinando que ela não saísse do hotel e o aguardasse chegar.
Além do boletim de ocorrência já registrado, Patricia disse hoje que passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal.
Publicada no dia 9 de agosto de 2016, às 7h50

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp