Política

Empresário foragido na Lava Jato é preso em São Paulo

Publicado em 10/08/2016, às 09h41   Redação Bocão News


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Nesta quarta-feira (10), a força-tarefa da Lava-Jato deu seguimento à operação Irmandade e prendeu o empresário Samir Assad em São Paulo. Segundo informações do jornal O Globo, a denúncia oferecida pela Procuradoria da República no Rio de Janeiro acusa Samir, juntamente com o irmão, Adir Assad, que já está preso alvo da operação Saqueador, e outras nove pessoas de montar um caixa dois de empreiteiras para permitir o pagamento de quase R$ 178 milhões em suborno, entre 2008 e 2013, a dirigentes da Eletronuclear. A ação de hoje foi denominada “Irmandade” foi cumprida pela Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor), na qual um Porsche foi apreendido.

O núcleo financeiro comandado pelos irmãos Adir e Samir, que seriam conhecidos no mercado da propina por “quibe e esfirra”, operou para pelo menos três grandes empreiteiras, a Andrade Gutierrez, a Delta e a Odebrecht, em obras como a construção da usina nuclear de Angra 3, a reforma do Complexo do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014 e a implantação do Comperj, o pólo petroquímico de Itaborai.

A nova denúncia, com a prisão de Samir, é um desdobramento da operação Pripyat, que aprofundou as investigações sobre o esquema de corrupção nas obras da Eletronuclear. Mas Adir, o irmão do empresário, já fora preso em duas oportunidades. Em março de 2015, acusado de lavar dinheiro desviado R$ 40 milhões das obras de reforma da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e em junho deste ano, por envolvimento no esquema de caixa dois da empreiteira Delta, estimado em R$ 360 milhões. Ele foi levado para uma cela no Rio usando tornozeleira eletrônica.

O esquema dos irmãos Assad consistia na emissão de notas frias, por serviços jamais prestados às empreiteiras, para produzir caixa dois para o pagamento da propina. Eles mantinham empresas como a JSM Engenharia e Terraplenagem, a SP Terraplenagem e a Legend, cujo objetivo eram somente o de derramar as notas. Somados os valores apurados até agora pela Lava-Jato, quase R$ 600 milhões passaram pelo sistema montado pelos Assad. Porém, como o dinheiro era sacado em espécie, na boca do caixa, o desafio agora é chegar aos agentes públicos beneficiados.

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