A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) recebeu doação de R$ 500 mil via caixa dois da Odebrecht na campanha de 2010, de acordo com informações publicadas pela Folha. A revelação foi feita durante processo de delação premiada de executivos da empresa. Corrigido pela inflação do período, o valor seria hoje de R$ 757 mil.
Na época, Marta concorreu ao cargo pelo PT, partido que deixou em 2015 para se filiar ao PMDB, legenda pela qual disputa este ano a Prefeitura de São Paulo.
A senadora nega a acusação e diz não ter recebido doações da Odebrecht na eleição de 2010. Não constam registros de contribuição da empreiteira à campanha dela na Justiça Eleitoral naquele ano.
A informação foi prestada há cerca de duas semanas aos procuradores da República em Curitiba, que conduzem o processo de delação.
É a primeira vez que Marta Suplicy aparece como suposta beneficiária de caixa dois na investigação da Lava Jato.
Em junho do ano passado, o nome da senadora apareceu em laudo da Polícia Federal mostrando que sua campanha para o Senado recebeu R$ 100 mil em doações oficiais de duas empresas do lobista Julio Camargo, outro delator da Lava Jato.
A negociação com os executivos ocorre paralelamente às conversas sobre a leniência com a Odebrecht, espécie de delação para pessoas jurídicas.