Política

Fazenda diz que Meirelles se limitava a prestar consultoria para a J&F

Publicado em 07/09/2016, às 07h42   Redação Bocão News



O Ministério da Fazenda divulgou nota à imprensa na noite desta terça-feira (6) para informar que o titular da pasta, Henrique Meirelles, "se limitava a prestar consultoria" para a J&F, empresa investigada na Operação Greenfield – que apura irregularidades em quatro dos maiores fundos de pensão do país, todos ligados a estatais, com desvios estimados em pelo menos R$ 8 bilhões.
Nesta segunda-feira (5), Wesley Batista, um dos sócios controladores da J&F, holding detentora da JBS, e Walter Torre, dono da Construtora WTorre, foram levados para prestar depoimento na Polícia Federal em São Paulo.
Antes de ser ministro da Fazenda, Meirelles era presidente do Conselho Consultivo da J&F. Segundo o Ministério da Fazenda, Meirelles "nunca dirigiu esta empresa ou a Eldorado". De acordo com a nota, os serviços prestados por Meirelles "se concentraram na montagem do Banco Original".
Veja a íntegra da nota à imprensa
"Nota de esclarecimento
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, informa que foi membro do conselho de diversas empresas, além de ter desempenhado a função de chairman do Lazard Americas, um grande banco de investimento sediado em Nova York.
Meirelles fez parte dos Conselhos de Administração da Azul e do Lloyds of London, posições onde tinha responsabilidades estatutárias, além de ter participado como senior advisor da Kolberg, Kravis and Roberts (KKR) e empresas de investimentos.
Meirelles foi membro do Conselho Consultivo da J&F e nunca dirigiu esta empresa ou a Eldorado. Ele se limitava a prestar consultoria, cujos serviços foram concentrados na montagem do Banco Original.  As empresas do grupo contavam com quadro de diretores, do qual Meirelles nunca fez parte.
No final do período de prestação de consultoria, Meirelles assumiu temporariamente, e de forma transitória, a presidência do Conselho de Administração da J&F. Em nenhum momento, porém, exerceu quaisquer funções executivas na empresa.
O contrato de consultoria com a J&F estipulava que Meirelles não participava da gestão e não tinha acesso aos dados internos da empresa. Suas sugestões como consultor restringiam-se a assuntos do Banco Original ou para algum movimento estratégico, particularmente fora do Brasil, sobre o qual a J&F demandasse sua opinião. O contrato deixava claro que a empresa podia ou não adotar essas sugestões.
Meirelles reitera não ter, atualmente, nenhuma relação com quaisquer dessas empresas.
Quando convidado para o ministério, Meirelles rescindiu todos os contratos e cessou todos os vínculos com o setor privado, da mesma maneira que fez ao assumir o Banco Central, em 2003, encerrando todas as atividades com o Bank Boston, instituição onde chegou a exercer a presidência mundial.
Meirelles informa que houve um processo normal, rigoroso, feito com todo o cuidado e atenção, como sempre procedeu, não só na elaboração dos contratos como no encerramento desses termos. As rescisões contratuais prepararam o caminho para sua dedicação integral ao setor público, sem nenhuma ligação com o setor privado. Os vínculos foram encerrados transparentemente, de forma direta, objetiva, completa e cuidadosa.
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO MINISTÉRIO DA FAZENDA".

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp