Política

Ex-presidente da Andrade relata propina à chapa de Dilma e Temer em 2014

Publicado em 20/09/2016, às 07h32   Folhapress



Em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta segunda-feira (19), Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, afirmou que a empresa pagou R$ 1 milhão em propina à chapa da ex-presidente Dilma Rousseff e do atual presidente Michel Temer em 2014. 
Conforme a reportagem apurou, Azevedo disse que, no total, a construtora doou cerca de R$ 30 milhões às campanhas petistas em 2014. 
Parte desse montante, segundo o ex-executivo, era propina referente a contratos assinados pela empresa com o governo federal, entre eles o que garantiu à Andrade participar da construção da Usina de Belo Monte, no Pará. 
Segundo pessoas que presenciaram o depoimento ouvidas pela reportagem, ele não detalhou, no entanto, qual o percentual dos R$ 30 milhões era relativo a suborno. 
Azevedo disse ainda que o R$ 1 milhão que entrou no caixa da campanha de Dilma e Temer foi proveniente de um pagamento de propina feito em março de 2014, antes do período eleitoral, ao diretório nacional do PT. 
O depoimento, prestado em São Paulo, foi colhido pelo ministro Herman Benjamin, relator das ações quer pedem a cassação da chapa presidencial que venceu as eleições daquele ano. 
Os processos, movidos pelo PSDB, apuram suspeitas de abuso de poder econômico e político, além de indícios de desvio de recursos da Petrobras para financiar a reeleição de Dilma e Temer. 
Outro ex-executivo da Andrade Gutierrez, Flavio David Barra também foi ouvido por Benjamin. 
Estavam previstos ainda depoimentos de mais quatro testemunhas, assim como Azevedo e Barra, investigados pela Operação Lava Jato: o empresário Augusto Mendonça; do ex-vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite; do sócio da UTC, Ricardo Pessoa; do operador Júlio Gerin. 
Na sexta (16), ocorreram as oitivas do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, do lobista Hamylton Pinheiro Padilha Júnior e do engenheiro Zwi Skornicki, todos delatores do esquema de corrupção da Petrobras. 
O advogado do PT, Flávio Caetano, afirmou que os depoimentos desta segunda corroboram "a regularidade das doações feitas à campanha de Dilma e Temer". 
"Ficou reconhecido a origem legal das doações, que provieram do mesmo caixa das doações feitas (pela Andrade Gutierrez) à campanha de Aécio Neves e Aloysio Nunes (que formavam a chapa adversária)", disse Caetano.

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