Política

Rui e Neto são pressionados para a formação de chapa de 2018

Publicado em 10/10/2016, às 17h48   Luiz Fernando Lima


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Terminada a compilação dos resultados das eleições deste ano, as rodas políticas voltaram-se para as eleições de 2018. Embora ainda seja prematura qualquer análise mais aprofundada de cenário concreto devido à quantidade de variáveis em jogo, de início já há movimentações para consolidar dois agrupamentos políticos baianos que tendem a manter a dicotomia DEM-PT no próximo pleito.

Neste sentido, os quatro espaços existentes nas chapas vão sendo disputados desde agora. Exato, no pós-eleição, os caciques partidários mandam recados para ACM Neto (DEM), reeleito prefeito de Salvador, e Rui Costa (PT), governador do estado. Os dois respondem que esta não é a hora e soltam as rédeas para os interessados correrem atrás de viabilidade política.

Nos bastidores corre que a chapa de Rui Costa deve ser formada por ele próprio, o ex-governador Jaques Wagner, que tem assegurada a do Senado, desde que possa disputar e queira. Esta é uma variável ainda fluída e que ninguém arrisca cravar.

Sobre Otto Alencar, que está na primeira fase do seu mandato de oito anos, a decisão dele próprio gira em torno de uma possível candidatura ao Palácio de Ondina. As conversas da rádio corredor dão conta que pode desembarcar do governo. O desempenho eleitoral do PSD nas cidades o credenciam a tomar quaisquer decisões que deseje neste cenário. Para além, as pressões em Brasília, onde o partido está alinhado ao governo Michel Temer (PMDB), não cessam, portanto, é esperar para ver se continuará no espectro político do PT. Ele diz que fica.

Outros três nomes disputam espaços na chapa governista: João Leão, cacique do PP baiano, é o vice-governador e quer manter o espaço. A senadora Lídice da Mata tem serviços prestados durante todo o período em que está na Casa Alta do Congresso Nacional e, principalmente, durante a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Fechando esta lista está o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PSL). Em seu quinto mandato como chefe do Palácio Luís Eduardo Magalhães, Nilo tentará se manter na cabeceira da mesa-diretora por mais dois anos e a lealdade ao governo petista não é algo que pode ser questionado neste período que envolve os dois governos Jaques Wagner e este primeiro biênio de Rui Costa.

Neto — Do lado do prefeito ACM Neto a composição também está sendo formada. O cenário é tão complexo quanto o da base governista e o exercício é o da futurologia respaldado no disse-me-disse político e nos movimentos das lideranças de cada partido aliado.

Ao se reeleger com 74% dos votos, em primeiro turno, Neto se consolida como a principal força política anti-petista no estado. A chapa de 2018, admitindo que ele, de fato, será o cabeça – existe a possibilidade de um convite ser feito para que ele seja candidato à vice-presidência da República em 2018 ou ainda se mantenha no comando da prefeitura (remota) – quatro partidos disputam as três vagas restantes.

O PMDB teria o ministro-chefe da Secretaria de Governo de Temer, Geddel Vieira Lima ou seu irmão, deputado federal Lúcio Vieira Lima, como um dos postulantes ao Senado.

O PSDB travará uma batalha entre os deputados federais Jutahy Magalhães e Antônio Imbassahy pela outra vaga do Senado, contudo, o PRB em ascensão nacional deseja este mesmo espaço e neste caso a deputada federal Tia Eron será o nome posto à disposição.

A vice também pode ficar entre os tucanos e o partido ligado à Igreja Universal. Correndo por fora nesta conjuntura está o PDT de Félix Mendonça. O deputado federal fez diversos gestos em direção a ACM Neto, chegou a pular para o barco do democrata, mas foi “convencido” a desembarcar retornando para os braços do Palácio de Ondina.

Este é o retrato deste momento na cozinha da política baiana. Os temperos são perecíveis e as especiarias serão utilizadas para tentar manter a validade, tamanho e, portanto, o lugar de fala na sala central onde as decisões serão tomadas.

Tudo isso, apenas em 2018. Não se esquecendo que outra minirreforma política virá neste meio de caminho.

Classificação Indicativa: Livre

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