Política

Braço-direito de Marcelo Odebrecht diz que Picciani pediu propina em campanhas

Publicado em 07/11/2016, às 07h31   Redação Bocão News



O engenheiro Benedicto Barbosa Júnior, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura e braço-direito do empreiteiro Marcelo Odebrecht, contou em sua delação à força-tarefa da Operação Lava-Jato que o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Jorge Picciani (PMDB), cobrou propina da empreiteira em três campanhas eleitorais consecutivas, de acordo com informações do jornal O Globo. O dinheiro, segundo o executivo, foi depositado em contas que o BVA — banco de José Augusto Ferreira dos Santos, já liquidado pelo Banco Central — mantinha no exterior.
A delação de mais de 70 executivos da Odebrecht, entre os quais Benedicto Júnior, está prevista para ser assinada nos próximos dias. Por ora, não há detalhes sobre os valores de propina transferidos, números de contas bancárias ou obras diretamente relacionadas ao pagamento da propina. Como a competência para julgar Picciani no âmbito criminal é do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), o trecho da delação que diz respeito ao presidente da Alerj deverá ser remetido para o Rio de Janeiro.
Além disso, o presidente da Alerj disse que “é fácil” verificar que essa afirmação não tem fundamento ao observar as três últimas eleições: “Em 2012 não fui candidato; em 2014, saí candidato em julho, quando o presidente nacional da empresa já estava preso. Portanto, não faz o menor sentido o que está sendo dito”. Em sua delação, Benedicto não diz a que campanhas se destinava o dinheiro pedido, segundo ele, por Picciani.
Por meio de nota, Picciani chamou de "um apanhado de mentiras" a acusação do engenheiro Benedicto Barbosa Júnior. Picciani respondeu que a reportagem de O Globo não apresenta "qualquer prova" da suposta cobrança. "Em primeiro lugar, é calunioso relacionar a palavra 'propina' à minha conduta. Não participo de decisões relacionadas a obras feitas no Estado, sejam elas de âmbito federal, estadual ou municipal. Nunca atuei como tesoureiro de campanha de nenhum candidato do PMDB. E nunca houve pedido de caixa dois - nem à empresa citada na reportagem, nem a nenhuma outra - para campanhas políticas, sejam elas as minhas próprias, sejam as de outros candidatos, a qualquer tempo. Todas contribuições feitas às minhas campanhas foram de forma espontânea, declaradas à Justiça Eleitoral, com contas aprovadas", afirmou o deputado, em nota.

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