Política

Após dois anos preso, doleiro Alberto Youssef será solto nesta quinta (17)

Publicado em 16/11/2016, às 06h05   Redação Bocão News


FacebookTwitterWhatsApp

Após mais de dois anos preso em Curitiba, na sede da Polícia Federal, o doleiro Alberto Youssef irá para casa nesta quinta-feira (17). O doleiro foi o terceiro réu a firmar acordo de delação premiada e era um dos principais operadores do esquema de corrupção na Petrobras.

Segundo a PF, ele era o responsável por lavar o dinheiro que saía ilicitamente dos cofres da estatal e por fazer o repasse de propina aos envolvidos nos desvios. A revelação do esquema de corrupção e de nomes omitidos por outros delatores, como o do ex-deputado Eduardo Cunha, hoje preso, renderam ao doleiro um dos acordos mais vantajosos da operação, na avaliação de advogados e procuradores.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Youssef foi o maior incentivador da delação premiada na Lava Jato. Quando o ex-vereador Alexandre Romano, o Chambinho, foi preso, em 2015, passou noites chorando. Youssef se aproximou e disse que conhecia bem o juiz Sergio Moro e os procuradores. Aconselhou: quanto antes falasse, melhor. Chambinho contratou Figueiredo Basto, advogado do doleiro, e dois meses depois cumpria prisão domiciliar.

Expediente similar foi usado por Youssef para se unir a Pedro Corrêa. O ex-deputado sofre de diabetes e o doleiro passou a ajudá-lo com as refeições e os medicamentos. Convenceu-o a delatar e também indicou Basto. Hoje, Corrêa espera a homologação do acordo.

Em junho de 2015, Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, conversou com Youssef e decidiu falar, mas sua delação foi rejeitada. Transferido para o Complexo Médico Penal, ele arrumou confusão com outros presos.

Pouco depois, foi transferido para a PF e novamente dividiu cela com Youssef. Na primeira noite, o doleiro cedeu-lhe a cama e o ensinou a lidar com os agentes. O ex-executivo passou a contar com orientações informais dos advogados de Youssef, que, mesmo não assumindo a causa, acessaram os documentos do caso.

A solução veio por outra via. O filho do ex-diretor, Bernardo, gravou uma conversa sua com o então senador Delcídio do Amaral em que o político propunha um plano de fuga para Cerveró. Ele entregou as gravações aos procuradores e assim garantiu o acordo do pai.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp