Política

A esquerda precisa falar das suas limitações, diz Freixo em Salvador

Publicado em 16/11/2016, às 08h24   Rodrigo Daniel Silva


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A esquerda brasileira precisa deixar de colocar a culpa na direita e passar a discutir os seus problemas e suas limitações. Essa é a opinião do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ). O socialista participou, na noite desta terça-feira (15), da abertura do XII Encontro de Estudos Multidisciplinar em Cultura (Enecult), em Salvador. 
“É muito importante que a gente fale dos nossos problemas, das nossas limitações para que a gente nunca mais sofra um golpe da direita. Foi um golpe sim”, frisou o socialista. 
Em sua fala, Freixo disse que a esquerda precisa deixar de ter uma visão “colonizadora”, achando que deve “levar a verdade, levar a consciência política” para o povo. “A esquerda não é dona das dores que todos sentem. A esquerda sequer conhece. É preciso ouvir e saber o que as pessoas estão pensando. É preciso dar espaço para isso. O trabalho de base não pode ser substituído por uma lógica de governabilidade”, destacou. 
O parlamentar socialista afirmou ainda que há uma nova concepção de luta de classes baseada na briga pelos direitos humanos. Para ele, a esquerda precisa entender essa discussão e “aprofundar” para “reexistir e não apenas resistir”.
Freixo ressaltou que um dos motivos da sua derrota para prefeitura do Rio de Janeiro na eleição municipal deste ano foi o fato de ser defensor dos direitos humanos.  “Eu sou um defensor dos direitos humanos, historicamente, e não há a menor hipótese de ser qualquer outra coisa. Se para ganhar a eleição, eu tiver que deixar de ser militante dos direitos humanos, essa eleição não merece ser ganha”, destacou.
Ainda na sua fala, Freixo fez questão de negar que sua campanha só teve votos em áreas privilegiadas no Rio de Janeiro. Segundo ele, de cada 10 votos, cinco foram na zona norte, área menos privilegiada da cidade. Quatro na zona oeste e dois na zona sul. 
O deputado defendeu que seja mantida a proibição de doação de empresas privadas nas eleições. Segundo ele, sua campanha teve 14 mil doadores. “É importante insistir para que as empresas não doem. Querem mudar isso em Brasília, dizendo que não deu certo. Como não deu certo?”, questionou. 

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