Política

Câmara rejeita requerimento para expor votos sobre anistia ao caixa dois

Publicado em 24/11/2016, às 15h59   Folhapress


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Com o apoio dos principais partidos, o plenário da Câmara rejeitou nesta quinta-feira (24) requerimento do PSOL para que todas as votações desta quinta-feira (24) sejam nominais, ou seja, que registrem como cada um deputado votou.

Com a decisão, abre-se o caminho para que a anistia aos alvos da Lava Jato seja votada de forma simbólica, sem que seja possível identificar como cada deputado votou individualmente.

A combinação para a manobra havia sido revelada pela Folha em reportagem publicada na terça (22).

Apenas PSOL, PPS, PHS, PV, Rede e PDT votaram a favor das votações nominais. O PDT, entretanto, não apoiou os demais partidos no pedido regimental para que a votação do próprio requerimento fosse nominal, não simbólica, como acabou ocorrendo.

A votação simbólica funciona da seguinte forma: o presidente da sessão pede aos deputados contrários ao tema que se manifestem com as mãos. De acordo com sua percepção visual, declara a proposta rejeitada ou aprovada.

"Infelizmente está se materializando o grande acordo noticiado pela imprensa. Se esse plenário tiver o mínimo de preocupação com as ruas não pode manter esse ritmo. Uma votação simbólica esconde a vontade de cada um de nós", disse Vanderlei Macris (PSDB-SP).

Um dos mais exaltados foi o deputado Diego Garcia (PHS-PR), que, aos berros, acusou o deputado Beto Mansur (PRB-SP) de irresponsabilidade. Mansur, que é primeiro-secretário da Casa, preside a sessão.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), apenas abriu a sessão e se ausentou. Ele é um dos que lideram as discussões para possibilitar uma anistia ao caixa dois e estava reunido com líderes partidários em seu gabinete.

"Isso aqui é um golpe, uma maracutaia que estão fazendo enquanto combinam o trambique lá [no gabinete de Maia]", discursou o líder do PSOL, Ivan Valente (SP).

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