Política

Janot quer tirar sigilo das delações da Odebrecht

Publicado em 20/12/2016, às 06h42   Redação Bocão News


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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse a parlamentares na última quinta-feira (15) que vai pedir a retirada do sigilo das delações de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht — entregues nesta segunda-feira pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) — tão logo o material seja homologado pela Corte. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo. A tarefa caberá ao ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Operação Lava-Jato no STF. Por enquanto, a delação está sob sigilo.
Segundo o jornal, Janot se encontrou com deputados e senadores da bancada do Espírito Santo na manhã de quinta-feira, na sede da PGR, em Brasília, inicialmente para discutir um projeto de resolução que alterou o repasse do ICMS para o Estado, alvo de críticas dos parlamentares capixabas. 
A publicação afirma que os deputados pediram para ter acesso às informações das delações e ouviram do procurador que ele trabalharia pela suspensão do sigilo. Participaram da reunião os três senadores capixabas — Ricardo Ferraço (PSDB), Rose de Freitas (PMDB) e Magno Malta (PR) — e cinco deputados federais, entre eles Lelo Coimbra (PMDB).
A papelada e arquivos eletrônicos das delações da Odebrecht entregues pela PGR ao Supremo nesta segunda-feira 19), que abrangem cerca de 800 depoimentos, estão guardados numa sala do STF. A entrega foi feita de forma discreta, com a participação de servidores da PGR e do STF. Janot e a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, não estavam presentes.
Janot acelerou os trabalhos de colher os depoimentos após críticas de ministros do STF em relação às investigações conduzidas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. O episódio desagradou o procurador-geral, que resolveu acionar vários procuradores para dar mais agilidade e concluir os depoimentos da Odebrecht a tempo de entregá-los ao STF ainda este ano. O tribunal ficou sabendo de última hora dos planos de Janot e, às pressas, escolheu um lugar para guardar os depoimentos.

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