Política

Lava Jato: Marcelo Odebrecht relata "conta" para Instituto Lula

Publicado em 23/12/2016, às 07h09   Redação Bocão News


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Preso há um ano e meio, Marcelo Odebrecht, ex-presidente da companhia, teria relatado à procuradores da Lava Jato a existência de uma conta para “manter” a influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva através do Instituto Lula, após o término do mandato presidencial.

Embora não se tenha informações sobre o quanto foi movimentado nesta suposta conta, à Folha de São Paulo chegou a informação de que Marcelo, em sua delação, afirmou que a “conta” foi financiada pelo Setor de Operações Estruturadas, responsável pelo pagamento do propina e caixa 2 da empreiteira.

Ainda de acordo com os delatores, outros ex-diretores da Odebrecht relataram a existência da conta, o ex-ministro Antônio Palocci, preso em setembro último, gerenciava a conta. Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci é apontado como um dos encarregados de transportar dinheiro em espécie para depositar na “conta”.

Outro dado é a rubrica “Prédio IL” que aparece em documentos apreendidos pela Polícia Federal e ao lado do qual soma-se números que chegam aos R$ 12 milhões. O dinheiro seria usado para a compra do terreno e construção do prédio do Instituto Lula na zona Sul de São Paulo, contudo, a sede do instituto não foi construída no terreno da rua Haberbeck Brandão, este é um ponto, segundo a reportagem do impresso paulista, que deve ser esclarecido pelos investigadores.

A companhia também teria “investido” em candidaturas de líderes de esquerda na América Latina como forma de manter a influência de Lula. No mesmo documento em que consta as anotações sobre o instituto, há menção ao “Evento El Salvador via Feira” vinculado ao valor de R% 5,3 milhões.

O dinheiro, de acordo com os delatores, foi pago ao marqueteiro baiano João Santana que comandou a comunicação da campanha que elegeu Maurício Funes presidente de El Salvador em 2009.

O Instituto Lula negou as declarações através de nota oficial. De acordo com os assessores do ex-presidente, Lula jamais solicitou qualquer vantagem indevida e que o referido terreno na rua Haberbeck Brandão, que teria sido comprado pela Odebrecht, jamais foi do instituto Lula ou de Lula.

“Repudiamos atribuições de intenções ou interpretações referentes ao ex-presidente Lula feitas de forma leviana pelo vazamento ilegal de versões de supostas delações que são sigilosas”.

A Odebrecht afirmou que não se manifesta sobre as delações. Informou, através de sua assessoria que mantem o compromisso de colaborar com a Justiça.

Os advogados de Palocci e Kontic também negaram qualquer envolvimento com os fatos mencionados.

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