Política

Oito países da América Latina investigam Odebrecht por pagamento de propina

Publicado em 24/12/2016, às 14h50   Redação Bocão News


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Após a divulgação dos documentos do Departamento de Justiça dos Estados Unidos sobre o pagamento de propina da Odebrecht a autoridades internacionais, países da América Latina anunciaram a abertura de investigações sobre contratos assinados pela empresa com seus governos, de acordo com o Estadão. México, Peru, Equador, Argentina, Colômbia, Guatemala, República Dominicana e Panamá se manifestaram sobre o caso.
Na quarta-feira (21), o órgão norte-americano apontou que a Odebrecht pagou cerca de US$ 788 milhões (R$ 2,6 bilhões) em propina em 11 países, além do Brasil, para conquistar e manter contratos com o poder público. Os pagamentos foram feitos pelo Setor de Operações Estruturadas, conhecido como departamento da propina da empresa.
O México anunciou, em nota divulgada pela Secretaria de Função Pública, que vai acompanhar os desdobramentos das denúncias de corrupção envolvendo a atuação da Odebrecht e da Braskem no país e se comprometeu com a investigação dos atos contrários à ética no setor público. De acordo com os investigadores norte-americanos, entre 2010 e 2014, a Odebrecht pagou US$ 10,5 milhões em propina para autoridades do governo mexicano, para obter contratos de obras públicas.
Na Argentina, o órgão responsável pelo combate à corrupção disse ter entrado em contato com autoridades brasileiras sobre o assunto. Parlamentares cobraram a investigação dos pagamentos de propina, que teriam ocorrido durante o governo da ex-presidente Cristina Kirchner.
O governo da Colômbia divulgou nota afirmando que identificou o servidor público acusado de receber US$ 6,5 milhões em propina, em 2009 e 2010, que seria "um funcionário do alto escalão" da gestão do ex-presidente Álvaro Uribe.
No Peru, o presidente Pedro Pablo Kuczynski negou ter recebido dinheiro enquanto era primeiro-ministro e disse apoiar as investigações sobre a denúncia de propina paga pela Odebrecht ao país, de 2005 a 2014.
A Guatemala informou que vai solicitar uma colaboração dos Estados Unidos para que o Ministério Público entre no caso. O Panamá também indicou que vai enviar investigadores aos Estados Unidos para buscar informações. O governo da República Dominicana, por meio do ministro José Ramón Peralta, indicou disposição em colaborar com eventuais investigações sobre propinas.

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