Política

Restos a notar

Publicado em 20/03/2013, às 15h35   Luiz Fernando Lima (Twitter @limaluiz)*



Praticamente em toda entrevista feita por um jornalista que resulta em uma nota, matéria, reportagem ou em uma publicação de ping pong “sobram” declarações, comentários, análises e o rescaldo que não são utilizados ali. Muitas destas são interessantes, mas ficam de fora por uma razão ou outra. Este é o conceito desta coluna. A ideia é que em conversa de repórter, seja com fonte ou entre colegas, tudo que não é off pode ser usado e tudo que é usado potencialmente interessa a alguém.

Metrô I

Os deputados estaduais aprovaram a proposta de Maria del Carmen (PT) para convidar o chefe da Casa Civil do governo do estado, Rui Costa (PT), e o secretário municipal dos Transportes, José Carlos Aleluia (DEM). A ideia é ter acesso aos projetos e participar da discussão. A medida é importante, mas a história registra que a entrada da Casa política nestes assuntos costuma fazer degringolar mais ainda. A conferir.

Metrô II

A possibilidade de politizar a transição do metrô e trens do subúrbio da prefeitura de Salvador para o governo do estado não se restringe à participação dos deputados. O ponto de entrave transparecido até o momento aponta para problemas com os concessionários. Os empresários do setor terão que mexer no lucro. Será que ganharam pouco explorando o serviço à revelia da cobrança de impostos e da fiscalização das últimas gestões de Salvador? Além disso, sabe-se o tamanho da influência do setor na Câmara Municipal de Salvador.

Metrô III

O deputado Cacá Leão (PP) propôs a campanha “Eu quero andar de metrô” durante a reunião da comissão de Defesa do Consumidor desta quarta-feira (20) na Assembleia Legislativa. Todos os participantes do colegiado se mostraram indignados com a situação. “São 13 anos sendo motivo de chacota no cenário nacional. O povo está pagando esta conta. Vamos começar a agir para pressionar o governo do estado e a prefeitura para resolver o problema. Não é aceitável que não se chegue num denominador comum”.

Até quando esperar

Em 1985, a Plebe Rude lançava o disco “O concreto já rachou”. Os roqueiros de Brasília questionavam na faixa de abertura: Até quando esperar? A pergunta continua viva e sem resposta.

Cobrança

Os proprietários de veículos particulares – aqueles que tiveram IPI reduzido e facilitação de crédito – podem preparar os bolsos. A discussão na Assembleia Legislativa sobre a proibição de cobrança de estacionamento é inócuo. Os vencedores contam os dias para implementar. A ideia dos deputados é conseguir reduzir o impacto e criar condições de redução de preço. Por exemplo: o cliente de um shopping que consumir terá desconto ou até mesmo gratuidade.

Frigideira

Deputado recomenda “sandália da humildade” para quem chega. “Vontade de fazer, empenho e cobrança são normais. Todos nós temos, mas chegar aqui e dizer que é o porretão, que vai fazer e acontecer e que todos que estão aqui não prestam. Isso não vai acontecer”.

Estratégia

A redução do recesso parlamentar será tema de diversas discussões nos próximos dias. Na bancada governista começam a surgir os insatisfeitos com o líder José Neto. Um dos parlamentares desabafou: "olha, não conseguimos construir um consenso dentro da bancada. Ou voltamos a discutir o assunto para fecharmos questão ou a liderança libera a bancada para votar e se expressar. Não dá para esconder o jogo e ficar amarrando. Não vou aceitar isso."

Injustiça?

Cometemos uma injustiça com Zilton Rocha. O ex-deputado e atual presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) foi autor da proposta de emenda à constituição de redução de recesso em 2007.

Mudança

No Diário Ofício está homologada a mudança na Coordenação de Tecnologias Aplicadas à Gestão Pública da secretaria de Administração do Estado. Saiu Francisco José Garcia Cousino e entrou Victor Cezar Nunes. Até agora, a mensagem do reajuste dos servidores, que deveria ter saído no dia primeiro de janeiro, ainda não chegou à Assembleia Legislativa.

Poderes independentes

Quando o governador Jaques Wagner (PT) envia à revelia dos deputados estaduais os projetos para votação açodada em plenário, para apreciação em regime de urgência, de certo modo, interfere na dinâmica do Poder Executivo. Alguns dizem que desrespeita a autonomia do parlamento. No entanto, quando questionado sobre a possibilidade de conversar com o comandante do Poder Executivo sobre o atraso no envio da mensagem do reajuste dos salários dos servidores, o presidente da Casa, Marcelo Nilo (PDT) – amigo de Wagner – prefere manter a cordialidade: não posso interferir lá. São poderes independentes.

Sindicatos

O deputado estadual Carlos Gaban (DEM) voltou ao púlpito do plenário para cobrar: "cadê os sindicatos dos servidores que ainda não se manifestaram?" Para o democrata, não há justificativa para o silêncio das organizações sociais para o atraso. O reajuste deveria ter saído dia primeiro de janeiro

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