Política

Bacelar afirma que já suspendeu o pagamento à empresa investigada

Imagem Bacelar afirma que já suspendeu o pagamento à empresa investigada
O Ministério Público recomendou que a prefeitura não pague outras parcelas de convênio  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 27/07/2011, às 18h00   Luiz Fernando Lima e Ascom MP


FacebookTwitterWhatsApp

Os Ministérios Públicos Federal e Estadual da Bahia recomendaram que a Prefeitura de Salvador, as Secretarias Municipais da Fazenda e de Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult) não repassem as demais parcelas eventualmente existentes para pagamento à empresa  Aymará Edições e Tecnologia, até que a fiscalização realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU) seja concluída.

Os restos a pagar somam pouco mais de R$ 4 milhões. Os MPs encontraram indícios de irregularidades em três contratos, no valor global de cerca de R$ 50 milhões, firmados com a editora para aquisição de livros didáticos do Programa Cidade Educadora. O acordo foi feito durante a gestão de Carlos Soares, e as denúncias culminaram na saída dele do cargo.

O atual secretário municipal da Educação, João Carlos Bacelar, em contato com a reportagem do Bocão News afirmou que suspendeu o pagamento do contrato com a Aymará desde que assumiu a pasta em novembro do ano passado. “Não suspendi por irregularidades ou coisa do tipo, a decisão foi porque o contrato não era prioritário para gestão”, disse. O secretário ressaltou também que ainda não foi notificado pelos órgãos.

Na outra ponta, o ministério público pediu à CGU a investigação após tomar conhecimento de que a editora foi contratada por inexigibilidade de licitação, sob justificativa de que somente os livros didáticos editados pela empresa atenderiam às especificidades da clientela do município, além das metas e diretrizes da Secult.

Sobre a irregularidade, o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) já emitiu parecer pela ausência de enquadramento legal que motivasse a contratação direta da Aymará.

A procuradora da República Melina Flores (MPF) e a promotora de Justiça Rita Tourinho (MPE), que investigam o caso, também suspeitam de superfaturamento dos contratos. Prova disso é que na composição do custo unitário de cada exemplar de livro didático, informado pela Aymará, constam valores de itens que não se encontram contemplados na proposta comercial, a exemplo de custos com software.
A prefeitura e as secretarias têm prazo de dez dias para informar a adoção da medida recomendada, sob pena de ajuizamento das medidas judiciais cabíveis, em caso de descumprimento.

Matérias relacionadas

Compra de livros foi legal, diz João Carlos Bacelar

Bacelar assume Secult


Fotos: Edson Ruiz // Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp