Presente no seminário “O que a Lava-Jato tem feito pelo Brasil”, evento realizado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), o advogado responsável pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin Martins, afirmou que a operação não tem legitimidade, pois não observa as garantias fundamentais dos direitos dos investigados.
“Até agora tivemos 24 audiências em Curitiba e ouvimos 73 testemunhas, 27 delas selecionadas pelo próprio Ministério Público e nenhuma delas afirmou qualquer fato que pudesse relacionar o nome do ex-presidente Lula a um crime. Ao contrário, elas dizem que não houve nenhuma participação do ex-presidente em qualquer ato politico. Esse é o sumário dos 73 depoimentos, bastante diferente do que se coloca através de coletivas, de pronunciamentos de autoridades, que invés de participar daquelas audiências preferiram faltar e eu digo isso principalmente em relação ao procurador da República que fez a coletiva do PowerPoint”, explicou.
A defesa de Lula se refere à Deltan Dallagnol. O procurador ficou famoso após usar o recurso do Powerpoint durante coletiva de imprensa para explicar as denúncias contra o petista.
O advogado do ex-presidente afirmou ainda que as autoridades a frente da Operação Lava-Jato não tem a isenção necessária para promover o julgamento de Lula.
“ O presidente Lula foi vitima de uma condução coercitiva ilegal, foi vitima de sucessivas intercepções telefônicas, foi vitima da divulgação dessas ligações, é importante ressaltar que a lei proíbe isso. Houve buscas e apreensões na casa do ex-presidente e essas violações continuam ocorrendo até hoje. É uma garantia de qualquer cidadão ter um julgamento justo e imparcial, será que essa autoridade que cometeu todas essas irregularidades tem a isenção necessária para prosseguir um julgamento ou será que ele tem algo pré-estabelecido, ou como diria alguns, a sua própria convicção?”, alfinetou Cristiano Zani.
