Política

Adsumus: empresário foragido insinuava ter influência no Judiciário

Publicado em 31/03/2017, às 07h38   Aparecido Silva


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O empresário Roberto Santana, dono da Grautech, é acusado na operação Adsumus de liderar um esquema de fraudes em licitações ao lado do ex-prefeito de Santo Amaro, Ricardo Machado (PT). Na última ação do Ministério Público, há um pedido de prisão contra Santana, que ainda não foi localizado e é considerado foragido.

Na ação penal movida pela promotoria de Santo Amaro, Roberto Santana foi flagrado em conversa no aplicativo Whatsapp com um interlocutor nomeado em seu celular como Fabrício Tjba. 

Ao autorizar a prisão preventiva do ex-vice-prefeito de Santo Amaro, Leonardo Pacheco, e do empresário, o juiz Sadraque Oliveira Rios frisou que os autos indicam a influência de ambos em poderes superiores. 

"A princípio, há fortes indícios de que Roberto Santana tentou se evadir quando decretada sua prisão em processo antecedente. Ademais - e aqui está o mais importante, as interceptações de dados regularmente autorizadas trazem fortes elementos de que Leonardo Pacheco e Roberto Santana sugerem deter ascendência significativa sobre o Tribunal de Contas e o Judiciário baiano (respectivamente), por suposto uso de poder econômico", considera o juiz que decretou a prisão do empresário e do ex-vice-prefeito.

Os pedidos de prisão aconteceram depois que um outro empresário, Luís Cláudio Sampaio Lobo, resolveu fazer delação premiada junto ao MP baiano e entregou como funcionava o esquema em Santo Amaro. Ele é dono da Ayres Materiais de Construção e teria firmado contratos fictícios com a prefeitura.

A Promotoria de Justiça de Santo Amaro afirmou que não vai se manifestar, pois ainda não foi intimada oficialmente sobre a representação. Assessoria do TJ-BA foi procurada, mas não retornou até a publicação da matéria.

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