Política

Superintendente da CBDA se entrega à Polícia Federal no Rio

Publicado em 08/04/2017, às 19h03   Folhapress


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O superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Ricardo de Moura, se apresentou na noite de sexta-feira (7) aos agentes da Polícia Federal. 
Ele era o único cartola considerado foragido operação realizada na quinta-feira (6) no Rio e em São Paulo. 
Moura ficará no prédio da Polícia Federal na capital fluminense até segunda (10), quando deverá ser transferido para uma penitenciária, em Bangu, zona oeste do Rio.
Coaracy Nunes, comandante da entidade por quase três décadas, Ricardo Cabral, consultor de polo aquático, e Sergio Alvarenga, diretor financeiro, estão presos desde sexta na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, conhecida como Bangu 8. 
A cadeia é a mesma que abriga Sérgio Cabral, ex-governador do Rio. 
Os quatro cartolas são acusados de desviar R$ 40 milhões em recursos públicos captados por meio de convênios e leis de fomento ao esporte. 
A investigação é fruto de parceria entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, com a participação da Controladoria-Geral da União. A denúncia foi feita com base em depoimentos de atletas, ex-atletas e empresários. 
Segundo a polícia, as fraudes teriam acontecido em compras de passagens aéreas e equipamentos de natação e no pagamento de hospedagem e premiações. 
Os dirigentes da confederação utilizariam empresas de fachada pertencentes a amigos seus para desviar parte do dinheiro pago em contratos. 
OUTRO LADO 
Na quinta-feira, o advogado Marcelo Franklin criticou as prisões dos dirigentes da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). 
Segundo Franklin, que representa todo os presos, a decisão "salvo melhor juízo, foi dada por um juiz incompetente". 
"Não havia qualquer necessidade de uma providência como essa. Vão ser adotadas as medidas legais cabíveis", disse o advogado, que vai solicitar um habeas corpus para libertar Nunes, submetido a uma cirurgia na cabeça há cerca de um mês. 
De acordo com Franklin, a operação é uma "retaliação" à decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo. Por três votos, a denúncia do Ministério Público foi considerada improcedente. 
No dia 20 de setembro do ano passado, o Ministério Público pediu o afastamento do então presidente Coaracy Nunes e de outros três dirigentes por fraude. Eles são acusados de superfaturar uma licitação de materiais esportivos. Segundo o MPF, uma empresa de fachada de São Paulo teria sido usada no esquema. 
"A compra foi esclarecida. Juntei mais de 800 páginas comprovando o negócio. Vamos trabalhar para que a situação seja contornada", disse Franklin. 
"Certamente, diante do que já foi julgado em São Paulo, que afasta essas irregularidades, e diante da ausência de competência daquele juízo. Essa decisão [as prisões dos cartolas] deve ser reformada muito em breve", acrescentou.

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