A matéria
“O dinheiro era para o partido”, publicada na revista Época desta semana, caiu como uma “bomba” na cúpula do PCdoB. O texto traz uma série de denúncias de corrupção e aparelhamento político na Agência Nacional de Petróleo (ANP), comandada com “mão de ferro” por Haroldo Lima, uma das maiores referências entre os comunistas baianos. O assunto teve grande destaque na imprensa local e chega num momento bastante delicado para o partido em Salvador. Na Câmara Municipal, as duas vereadoras do PCdoB, Aladilce Souza e Olívia Santana, são acusadas de tensionar a relação com o PT para viabilizar a candidatura da também “camarada” Alice Portugal a prefeitura da capital em 2012.
Além disso, nos últimos dias, Aladilce se notabilizou por questionar a
competência e a isenção do líder da oposição no Legislativo, Henrique Carballal (PT). Mesmo assim, ele garante que vai usar a tribuna da Casa para defender as “companheiras” e o grupo aliado. “O PCdoB teve um papel fundamental na luta contra a Ditadura Militar e no processo de redemocratização do país. As denúncias precisam ser investigadas antes que figuras importantes da política sejam execradas. Não tenha dúvida que farei um discurso em defesa do partido e das vereadoras. Mesmo com as divergências, não sou de deixar ninguém pelo caminho”.
Aladilce, por sua vez, recebeu de bom grado os “afagos” de Carballal, mas garante que a postura não muda em nada o que ela pensa sobre o
comando da bancada na Câmara Municipal. “É uma posição compreensível e correta, dada a trajetória do nosso partido. O presidente Haroldo Lima publicou uma nota de esclarecimentos, onde revela que as acusações foram arquivadas pelo Ministério Público. Entretanto, isso não altera o que penso sobre a conduta do bloco parlamentar e a necessidade de mudar o comando da liderança”.
Foto: Edson Ruiz/Bocão News
