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Carballal planeja se afastar da liderança na Câmara Municipal

Imagem Carballal planeja se afastar da liderança na Câmara Municipal
Argumento é de que ele precisa se dedicar à carreira de apresentador de TV  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 30/06/2011, às 16h47   Daniel Pinto




O vereador Herique Carballal (PT) tem enfrentado dias difíceis na liderança da oposição na Câmara Municipal de Salvador. Além de não encontrar uma forma de fazer com que a minoria atue em uniformidade, seu modo de condução política tem sido criticado por correligionários. “A liderança tem que expressar a vontade de toda base. Qualquer demanda desse bloco tem que ser discutida. Esse é o nosso entendimento”, ressalta Vânia Galvão.

Em compensação, a vereadora acredita que seja cedo para falar em destituição. “Houve um desentendimento. Isso é fato. Mas, já agendamos uma reunião na segunda-feira (4) com todos os integrantes da oposição para discutir os problemas e encontrar uma solução. Eu, particularmente, acredito num entendimento”.

Entretanto, as maiores críticas contra o líder estão concentradas na bancada do PCdoB, formada por Aladilce de Souza e Olívia Santana. Para a última, Carballal tem se colocado como um “interlocutor do governo do estado”, ao mesmo tempo em que esquece dos “conflitos políticos da cidade e das mazelas da gestão João Henrique”. Aladilce vai além e diz que a permanência do petista no cargo é insustentável.



“Realmente marcaram uma reunião na segunda. Mas, por tudo que tem acontecido, acho que ele não tem o perfil para continuar na liderança. Ele faz acordos antes de ouvir a bancada e toma decisões unilaterais. Isso é inadmissível! Nos sentimos inseguros com alguém como Carballal no comando do bloco parlamentar. Além disso, ele tem sido desrespeitoso conosco. É só lembrar o episódio em que ele disse que quem fosse contra o projeto da Fonte Nova era aloprado. Não podemos concordar com um projeto antes de conhecê-lo, seja ele do governo do estado ou da prefeitura”.

Quem sabe mais? Apesar do clima de insatisfação, nem todos querem a “cabeça” do líder da oposição. “Na minha visão, ele tem conseguido conversar, discutir e dialogar com todos do grupo. Como você bem sabe, divergências são naturais em qualquer ambiente de trabalho. Mas, isso tem que ser tratado internamente”, observou Giovanni Nascimento (PT).


Em compensação, o mesmo Giovanni reconhece que o “companheiro” também cometeu equívocos. “Acho que ele teve uma posição ruim quando falou sobre a história dos aloprados. Aquilo não podia ter acontecido. Mesmo assim, não vejo motivos para que ele deixe a liderança. Acredito numa reconciliação. Agora, é bom que se diga que há um tempo o próprio Carballal me disse que pensava em entregar o cargo para se dedicar mais a atividade de comunicador”.

Essa última revelação tem sintonia com notícias ventiladas nesta quinta (30) sobre a possibilidade de Carballal renunciar ao posto de destaque na Câmara Municipal. Contudo, ele não admite nem nega a possibilidade. “Não tenho apego ao cargo. Mas, também não sou pautado pela mídia ou pelo o PCdoB”. Ele foi evasivo ao falar sobre se participaria da reunião de segunda ou se pretendia priorizar o seu programa Quem Sabe Mais, da TV Aratu. “Tudo tem seu tempo. Não é hora de discutir essa questão”.


Nos bastidores do poder, o comentário é de que, apesar do clima ruim, setores do PT ligados ao deputado Nelson Pelegrino insistem na permanência de Carballal. A tendência do virtual candidato à Prefeitura de Salvador acredita que a pressão do PCdoB está ligada ao processo eleitoral de 2012 e o declínio de Carballal vai abrir espaço para a pré-candidatura de Alice Portugal.

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Fotos: Roberto Viana e Gilberto Júnior/Bocão News

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