Ao rebater acusações das delações de ex-executivos da Odebrecht, o ex-governador da Bahia e secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaques Wagner, revelou nesta segunda-feira (8) que a empreiteira tentou corromper uma pessoa da sua administração para garantir que ganharia o processo de licitação para a construção da Via Expressa.
“Pergunta a Odebrecht porque ele não pegou a Via Expressa. Uma pessoa do meu governo pegou dinheiro antecipado para assegurar a obra. Aí eu disse que se pagou foi mal pago”, contou, durante entrevista ao programa Se Liga Bocão, na Itapoan FM. Segundo ele, a empresa vencedora da licitação derrubou em 18% o valor da obra.
Sem dizer o nome da figura nem quais sanções aplicou, Wagner garantiu que manteve vigilância nas tratativas com a empresa e demais licitações. “A pessoa não aprontou mais porque eu não deixava. Eu descobri porque Claudio Melo [diretor de relações institucionais da Odebrecht ] veio falar comigo e disse que interpretou que a obra era deles”.
“Estou absolutamente à vontade. Quem era uma máquina de corromper era a empresa. Fica esperando a pessoa ser candidato... Não sou despachante de vocês, digo isso no relacionamento com empresas. Nunca teve toma lá da cá. Eles que fazem essa conta”, acrescentou.
“Entraram [na disputa] no metrô e perderam. Pediram R$ 1 bilhão. Apontem uma obra superfaturada nos oito anos do governo Wagner”, desafiou.
Wagner ainda respondeu sobre o episódio em que ganhou um relógio de luxo de Claudio Melo e se identificou prática de caixa 2 em alguma de suas campanhas. “Não controlo isso, só o tesoureiro pode responder. O dinheiro do partido vem oficialmente. Eu assumi, ele me deu de presente de aniversário, foi um presente de amigo. Se ele me deu pensando que estava me comprando, se enganou”.