Política

Sobrevivência da CPI da Cerb está nas mãos de Samuel Júnior

Publicado em 28/05/2017, às 17h15   Aparecido Silva


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Um dos signatários do pedido de CPI para investigar o desabamento do Centro de Convenções em março deste ano, o deputado estadual Samuel Júnior (PSC) está sendo visto como o fiel da balança para decidir se haverá assinaturas suficientes na bancada de oposição para pedir a abertura da CPI da Cerb na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).

Os contrários ao governo do PT querem que seja investigada a informação que o ex-executivo da Odebrecht, André Vital, deu aos procuradores da Lava Jato em sua delação premiada. Vital contou que o governo, em 2014, decidiu pagar uma dívida que a Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (Cerb) tinha com a Odebrecht, mas em contrapartida a empreiteira aportaria recursos nas campanhas do PT naquele mesmo ano, em 2016 e 2018. Dos R$ 290 milhões que o governo pagaria, R$ 30 milhões retornariam em doações eleitorais posteriormente. 

Até o momento, 20 deputados da oposição já assinaram o requerimento, mas são necessárias 21 assinaturas para dar vida ao processo. Samuel Júnior, que integra um partido de oposição ao governo, está em cima do muro. Nos bastidores, comenta-se que ele está dividido. 

Segundo o líder da oposição, Leur Lomanto Júnior (PMDB), Júnior pediu um tempo para consultar suas bases e a igreja à qual integra. 

Articulador político do prefeito ACM Neto (DEM), o vice-prefeito Bruno Reis (PMDB) diz que ainda não foi escalado para tentar convencer o aliado social-cristão na AL-BA a assinar o documento.

"Ainda não fui escalado para fazer qualquer conversa nesse sentido. Essa é uma decisão dos deputados estaduais, porque é um fato grave: recebimento de propina para campanha do governador Rui Costa, um acordo que não deveria ter sido realizado agora, ainda caberiam diversos recursos para o STJ, Supremo Tribunal Federal... para só depois o ritmo de pagamento de precatórios pudesse ser honrado. Se a oposição tomou essa atitude de recolher essas assinaturas, é porque há, sim, crime de responsabilidade", acusou o peemedebista em conversa com o BNews.

"Não [fui escalado], mas estou disposto. Se a bancada entender que uma conversa minha poderia ajudar, eu não me furtarei a essa responsabilidade", se propôs.

Com informações da repórter Tamirys Machado

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